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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A maioria dos brasileiros não entende nem o básico sobre investimentos e desconhece as mudanças econômicas que estão ocorrendo, como a queda dos juros reais!

Uma pesquisa exclusiva, encomendada pela BM&F Bovespa, mostra que a maioria dos brasileiros não entende nem o básico sobre investimentos e desconhece as mudanças econômicas que estão ocorrendo, como a queda dos juros. 

É má notícia para o país !

Fonte
Maria Luiza Filgueiras, 27/02/2013 05:55 de

A crise de 2008 provocou uma reviravolta no mercado financeiro mundial, mas alguns conceitos sobre como investir permanecem universalmente aceitos.

São coisas básicas. Por exemplo:
- Quem diversifica corre menos risco de perder dinheiro se algo dá errado.
- Aplicações de renda fixa oscilam menos do que as ações.
- Para conseguir retornos maiores, é preciso arriscar mais.
E assim por diante.

Saber disso não vai fazer ninguém ficar rico do dia para a noite, mas não saber é má notícia para quem precisa aplicar seu suado dinheiro.

E aí começam os problemas.

Os brasileiros não conhecem os princípios básicos do investimento.

Uma pesquisa encomendada pela BM&F Bovespa — a primeira do gênero já feita no país — mostra um quadro desolador.

Feita pelo Instituto de Pesquisas Rosenfield, a pesquisa traz as respostas de 2 000 pessoas ouvidas em 100 cidades no fim do ano passado.

Resultados da Pesquisa

Sobre a Caderneta de Poupança

Os resultados mostram um universo de gente que ignora mesmo os princípios financeiros mais elementares.

Eis um exemplo gritante:
- para 27% dos entrevistados, a caderneta de poupança, cujo retorno é praticamente o mesmo mês após mês, é o investimento mais arriscado do mercado. Mais até do que a bolsa! Ao mesmo tempo, e paradoxalmente, é também a aplicação preferida: 44% disseram ter dinheiro na caderneta — enquanto apenas 4% afirmaram ter recursos na renda fixa e 1% na bolsa.

Mas o quadro ganha, ainda, traços surrealistas. Segundo a pesquisa, pode-se dizer que o brasileiro não gosta de arriscar. Mas por que, então, gostam tanto da poupança (tida, erroneamente, como arriscada)?
Provavelmente, porque é a aplicação mais conhecida: 97% declararam conhecer a caderneta, mas menos de 10% sabem o que é um fundo DI. “Muitas pessoas querem simplificar algo que é complexo, que é escolher aplicações adequadas a seu perfil. Acabam indo nas mais populares, simplesmente porque já ouviram falar”, diz a psicóloga Vera Rita de Mello Ferreira, uma das principais estudiosas brasileiras do comportamento dos investidores.

Tamanha ignorância custa muito caro aos brasileiros. É a explicação mais provável para o fato de a poupança ter batido seu recorde de captação em 2012 — apesar de seu rendimento ter sido o menor em 46 anos. A rentabilidade da “nova” poupança (que tem seu desempenho atrelado ao da taxa básica de juro, a Selic) tem sido inferior à taxa de inflação. Num ambiente de queda dos juros, em vez de reavaliar  suas aplicações e direcionar uma parcela de seus recursos para alternativas mais rentáveis do que a renda fixa, para não correr o risco de ver seu patrimônio diminuir em termos reais, a maioria dos investidores está fazendo o exato oposto. É de assustar.

Sobre Fundo de Investimento

Outros dados inéditos da pesquisa a que EXAME teve acesso mostram que só 17% dos entrevistados entendem o básico sobre o funcionamento de um fundo de investimento — ou seja, sabem que podem aplicar em diferentes ativos, como ações e títulos públicos.

Sobre Diversificação

As vantagens da diversificação também são desconhecidas da maioria: apenas 24% disseram que aplicar num fundo de ações, que investe em várias empresas, é menos arriscado do que comprar os papéis de uma única companhia.