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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os 10 mandamentos de Lírio Parisotto - um bilionário da bolsa

Ações

15/12/2011 14:30
Os 10 mandamentos de um bilionário da bolsa
origem da matéria
Entenda qual é a filosofia de investimentos de Lírio Parisotto, que gere um fundo que rendeu 5.491% desde 1998

Lírio Parisotto: gestor de fundo de ações com retorno de 5.491% nos últimos 13 anos

São Paulo – No último domingo, EXAME.com revelou a atual carteira de investimentos de Lírio Parisotto, o maior investidor pessoa física da BM&FBovespa. O fundo Geração L. PAR FIA, do bilionário, possui um patrimônio de 2,2 bilhões de reais dividido entre ações do Banco do Brasil, Bicbanco, Bradespar, Cielo, Celesc, Eletropaulo, Eternit, Grendene, Redecard, CSN, Tecnisa, Transmissão Paulista e Usiminas. O histórico de resultados é um dos mais impressionantes da indústria de fundos mundial. Desde 1998, o Geração L. PAR obteve uma rentabilidade de 5.491%, contra 749% do Ibovespa e 613% do CDI.

Parte da explicação para que o fundo caia menos do que o Ibovespa nos anos ruins e bata consistentemente o índice nos anos bons está na filosofia de investimentos de Parisotto. O fundo procura comprar ações que pagam bons dividendos e também gera receitas com o aluguel de papéis que estão em carteira e com o lançamento de opções que dificilmente serão exercidas. Apenas neste ano, 220 milhões de reais entrarão em caixa do fundo com essas estratégias.

Parisotto também afirma que não gosta de imóveis, não faz day trade (compra e venda de ativos em um único dia) e acha que abrir o próprio negócio é ainda mais arriscado do que investir em bolsa. Apenas a renda fixa é considerada por ele uma opção interessante porque, com os juros altos brasileiros, seria possível obter retornos elevados praticamente sem risco. Em palestra promovida pela corretora Geração Futuro na noite desta quarta-feira, em São Paulo, o bilionário explicou os dez mandamentos que o fizeram ganhar tanto dinheiro com ações nos últimos anos:

1 – Não perca tempo com IPOs

Sempre que uma empresa decide fazer a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), é o investidor quem paga a conta. Em primeiro lugar, essas empresas chegam caras ao mercado. Na prática, é o investidor que arca com os custos do road show, as altas comissões dos bancos de investimentos e todo o material publicitário. Qualquer um que leia aquela publicidade toda ficará encantado com a empresa prestes a chegar à bolsa. Os gráficos sempre sobem como um foguete.

O problema é que, na realidade, aquilo tudo nunca acontece. No Geração L. PAR, até existem ações que chegaram recentemente à bolsa, como a Cielo e a Redecard. Mas eu nunca investi 1 centavo em IPO. As ações só entraram na carteira em 2010, quando caíram muito devido à expectativa de maior concorrência no setor de cartões. Desde então, os dois papéis subiram mais de 50%. Até estou vendendo uma parte do que comprei agora.

2 – Não diversifique demais


Compre no máximo uma nova ação por mês e não tenha mais de 12 ou 13 papéis em carteira. É impossível acompanhar de perto muitas empresas. Gastar o tempo lendo balanços de resultados não é algo sexy. O investidor deve se concentrar naquelas empresas e setores que conhece bem e segue de perto.

Meus investimentos estão concentrados em três setores: energia elétrica (Celesc, Eletropaulo e Transmissão Paulista), bancos/serviços financeiros (Banco do Brasil, Bicbanco, Cielo e Redecard) e siderurgia/mineração (Bradespar, CSN e Usiminas). O setor de energia tem essa característica de baixa concorrência e fluxo de caixa praticamente constante. Tenho bancos porque a turma gosta de se endividar. Eu costumava falar mal de bancos em minhas palestras por causa dos juros altos. Como ninguém fazia o que eu dizia, parei de criticar e virei sócio dos bancos.

E gosto das mineradoras porque o Brasil é campeão em competitividade nesse setor. Já a aposta nas siderúrgicas é a de que o país vai continuar a crescer e de que as obras de infraestrutura para a Copa e as Olimpíadas vão demandar muito aço. Os preços estão bem atrativos. As siderúrgicas apanharam demais na bolsa nos últimos meses.

3 – Seja sócio de empresas com vantagens competitivas

É muito importante comprar ações que atuam em mercados sem muitos concorrentes. A lógica é de que eu morro e a empresa fica. Eu não compro ações de empresas aéreas, por exemplo. Acho que qualquer companhia desse setor que não quebrou um dia ainda vai quebrar. Há 15 anos, as líderes de mercado no Brasil eram a Varig, a Vasp e a Transbrasil. Todas quebraram. A American Airlines já foi a maior do mundo e acaba de pedir concordata. Esse setor não tem barreiras de entrada. Um empresário pode financiar um monte de aeronaves e gastar muito pouco para montar uma companhia aérea. Mas as margens de lucro são baixíssimas ou inexistentes.

Outro setor que eu considero muito duro é o de varejo. Já trabalhei como comerciante e sei que é necessária uma gestão muito competente para ganhar dinheiro com isso. Umas 20 varejistas brasileiras quebraram nos últimos anos. Tem o Mappin, a Mesbla, a Arapuã, a G. Aronson. Até existem boas empresas como o Pão de Açúcar, mas a maioria trabalha com margens muito apertadas e pouca proteção contra a concorrência.

4 – Fique longe de empresas com sede em países exóticos

Já é muito difícil entender a confusa legislação brasileira, que vive mudando. Imagine se o analista tiver de compreender também as leis de outro país. Eu não compro a ação de nenhuma empresa negociada na BM&FBovespa que tenha sede fora do Brasil, principalmente nessas ilhas do Caribe. [nota de EXAME.com: entre as empresas da bolsa que têm sede no exterior, estão Laep, GP e Agrenco]

5 – Não invista em empresas que dão prejuízo


Esse pode parecer um conselho óbvio, mas tem muita gente que não o segue. As pessoas querem ficar ricas rapidamente e compram uma empresa em dificuldades na expectativa de que ela vá se recuperar. Isso às vezes acontece, mas é difícil. Eu só compro empresa que dá lucro porque elas não quebram. Estou de olho em lucro e distribuição de dividendos. É por isso que não invisto em uma empresa do Eike Batista. O dia em que as empresas X derem resultado eu vou avaliar.

6 – Liquidez é fundamental

Eu compro ações para ficar com elas durante muito tempo. Mas é sempre bom ter uma porta aberta na hora de entrar ou sair de um investimento. É por isso que é tão importante comprar ações com liquidez.

7 – Procure ações boas e baratas

Há muitas empresas boas na BM&FBovespa. Qualquer um pode ficar sócio de uma empresa com reservas gigantes de petróleo como a Petrobras ou com uma excelente administração como a Vale. Também há diversas ações baratas. O problema é que não adianta ter uma coisa e não ter outra. É preciso ser boa e estar barata. Há alguns anos, eu estava com uma enorme vontade de investir em bancos, mas nunca surgia uma boa oportunidade. Todas as ações do setor estavam caríssimas. Em 2008, com a quebra do Lehman Brothers, surgiram excelentes oportunidades de investir em bancos. Foi quando eu montei minha posição em ações do Bicbanco. Consegui comprar a 2 reais uma ação que meses depois chegou a 18 reais.

Com a crise na Europa, eu acho que neste momento há várias ações baratas na bolsa. Se corrigíssemos pelo IGP-DI o recorde atingido pelo Ibovespa em 2008, chegaríamos a 87.439 pontos. Hoje estamos próximos a 56.000 pontos e o lucro das empresas não parou de crescer. É por isso que acho que estamos diante de uma oportunidade de compra. Não estou dizendo que não pode cair ainda mais. Isso é chamado de renda variável porque é impossível de prever o que vai acontecer. A bolsa chegou a 30.000 pontos em 2008 e pode voltar a isso de novo se a Europa quebrar. O problema é que é impossível saber quando chegou o fundo do poço. O mercado antecipa esses movimentos e quando estiver claro que o pior já passou, os melhores preços também não poderão mais ser encontrados.

Pessoalmente eu acho que os países europeus vão encontrar alguma solução. Cerca de 17% das exportações brasileiras vão para a Europa. Se houver uma queda de 10% nos volumes exportados para a zona do euro, portanto, não será nenhum drama para o Brasil. É por isso que todo meu patrimônio está aplicado em renda variável.

8 – Nunca dê ouvidos aos espíritos santos de orelha

Não ouça dicas quentes sobre ações. Se a pessoa tem informação privilegiada, isso é crime. Se não tem, se é uma informação de jornal, ela já está embutida no preço das ações. O importante é estudar e fazer suas próprias análises antes de investir em uma empresa. Muitos analistas diziam que a bolsa fecharia este ano em 100.000 pontos. O mais pessimista falava em 75.000 pontos. Hoje estamos abaixo dos 60.000 pontos e nada disso aconteceu. Mas não foi o analista que perdeu dinheiro. Ninguém fala nada sobre isso.

9 – Controle o medo na queda e a ganância na alta
Qualquer um fica inseguro quando surge uma enxurrada de más notícias e a bolsa começa a cair. Eu também sinto essa aflição. Mas o que diferencia um investidor sênior de um júnior é a sua capacidade de manter os nervos sob controle quando o mercado todo está apanhando. É preciso saber que a cotação de uma ação do chão não passa para aproveitar as boas oportunidades de compra. Não acho que a Europa vai quebrar, mas, se quebrar, todos estaremos diante de uma excelente oportunidade de compra.
Por outro lado, quando a bolsa está em alta, também é preciso saber que uma árvore não cresce acima do céu. Por mais que pareça que aquele movimento de alta não vai acabar nunca, é preciso saber vender quando o objetivo estiver cumprido. Eu defendo que só seja investido em bolsa aquele dinheiro que não tem prazo para ser resgatado. Se a pessoa investe em bolsa para comprar algo daqui a dois anos, está cometendo um erro. Ainda que dois anos possa ser definido como longo prazo, a bolsa pode estar pior daqui a dois anos. A pessoa deve investir em bolsa até o momento em que possa colher os resultados dessa aplicação.

10 – Aposte em um azarão

Essa é uma forma de se desafiar e conseguir um retorno diferenciado. Encontre uma empresa em que ninguém acredita, mas que tenha um excelente potencial, e compre suas ações. Eu já tive cerca de seis azarões em minha carteira. Felizmente, ganhei muito dinheiro com a maioria. Consegui comprar ações da Randon a 0,20 real e depois esses papéis chegaram a 20 reais. Era uma empresa de Caxias do Sul (RS) que eu conhecia muito bem e que estava realizando os investimentos necessários para crescer no futuro – ainda que estivesse naquela época passando por um momento de dificuldades.

Também ganhei muito dinheiro com Bradespar quando o Bradesco separou seus investimentos não-financeiros nessa holding, que reunia papéis de Vale, CPFL, Scopus e Globocabo (que posteriormente virou NET). Era a época do estouro da bolha da Nasdaq e o mercado precificava esse papel como se fosse uma empresa de tecnologia fracassada devido à presença de Globocabo e Scopus. Mas só a participação que a Bradespar tinha na Vale já valia mais do que o preço de mercado do papel. Cheguei a comprar metade do fundo em ações da Bradespar e ganhei muito dinheiro. Também me dei bem apostando na privatização do Banespa e na venda da Nossa Caixa.

Mas também acontece der perdermos dinheiro com azarões. Hoje temos a Celesc na carteira. Eu achei que haveria melhorias na gestão da empresa, mas até agora isso não aconteceu.

Os melhores e os piores investimentos de 2011

Retrospectiva

15/12/2011 07:30
Os melhores e os piores investimentos de 2011
fonte da matéria
Imóveis, ouro e renda fixa largam na frente; Ibovespa perde 20% no ano

Imóveis residenciais tiveram a maior alta do ano. No Rio, valorização de 33% foi o destaque.

São Paulo – O ano de 2011 foi marcado pela crise europeia, que desancou as bolsas ao redor do mundo: países sofrendo com grande endividamento, líderes lentos para decidir e até questionamentos sobre a continuidade do euro apavoraram investidores que correram para ativos reais e para a renda fixa. A lenta recuperação americana não ajudou, mas a aversão generalizada ao risco levou o dólar a fechar o ano em alta.

No Brasil, o resultado não poderia ter sido diferente. O Ibovespa sofreu e os grandes destaques do ano foram os imóveis, o ouro e a renda fixa, em especial os seguros títulos públicos. A economia deve crescer cerca de 3%, menos que o esperado inicialmente, mas mesmo assim o mercado interno continua aquecido.

No meio do ano, o Banco Central decidiu iniciar um novo ciclo de queda de juros, surpreendendo o mercado, e recentemente o governo resolveu tomar novas medidas de estímulo ao consumo. A inflação, no entanto, ainda preocupa, e deve fechar o ano acima do teto da meta. Como resultado, as empresas ligadas ao mercado interno brilharam na Bolsa, assim como os títulos atrelados à inflação.

“Esse ranking de investimentos é típico de um ano de crise, em que as pessoas correm para ativos reais, como o ouro ou os imóveis”, comenta Sinara Polycarpo, superintendente de investimentos do Santander. Confira o desempenho dos investimentos no ano, em ordem decrescente de rentabilidade.

Imóveis residenciais + 25%

Ouro +20,12%

Títulos públicos +16%
Fundos de renda fixa +11,75%

Fundos multimercados +11,13%


Fundos DI +11,10%

Dólar +10,48%

Fundos imobiliários +8,96%

Poupança +7,44%

Fundos de ações ativos -7,88%

Carteira de Ações Ibovespa -17,04%

Fundos de Ações Small Caps -17,79%


Imóveis residenciais: 25%

A valorização média dos imóveis residenciais foi a maior entre os investimentos brasileiros e continuou a ser uma das maiores altas imobiliárias do mundo em 2011. Os imóveis valorizaram em média 25% entre janeiro e novembro, data do último índice FipeZap, que apura os valores dos imóveis em sete capitais brasileiras.
A continuação da euforia tanto se relaciona com o bom momento da economia interna quanto com a aversão dos investidores ao risco da bolsa de valores. Em épocas de crise, o investimento em imóveis costuma ganhar espaço – até investidores estrangeiros vêm aquecendo a demanda por esses ativos no Brasil, principalmente em regiões já muito valorizadas, como a Zona Sul do Rio de Janeiro.
Por aqui, o mercado interno também continuou colaborando para que a demanda fosse maior que a oferta. O crescimento da economia e da renda, a maior oferta de crédito, os incentivos governamentais à habitação popular e os grandes investimentos em infraestrutura foram os principais motores da demanda.
As maiores altas do ano ocorreram no Rio de Janeiro (33,40%), no Recife (27,70%) e em São Paulo (25,20%). No Rio, os investimentos para grandes eventos esportivos, na exploração de petróleo e gás e na pacificação das favelas, bem como a escassez de terrenos em áreas nobres e a grande procura de investidores estrangeiros puxaram os preços para cima. Em Recife, o maior fator é o Porto de Suape, que vem atraindo mão de obra especializada para a cidade.
A alta acentuada nos preços dos imóveis, porém, pode estar perto do fim. A valorização média de 1,4% em novembro foi a menor dos últimos 15 meses. Foi o sétimo mês seguido de desaceleração no ritmo de alta, de acordo com o FipeZap. Mas essa não é uma tendência tão clara. De acordo com a última pesquisa Ibope de preços de imóveis residenciais, ainda não há sinais evidentes de desaceleração na alta dos preços.
Ouro: 20,12%
Como já é típico em anos de crise e incertezas, o ouro registrou novamente este ano uma das maiores altas anuais. A valorização de mais de 20% fez com que 100.000 reais aplicados no metal precioso se tornassem 120.000 reais até 13 de dezembro. Trata-se da busca dos investidores por proteção de seu poder de compra em ativos reais, em um momento de aversão ao risco.
“O preço do ouro praticamente multiplicou por dez nos últimos dez anos, valorizando mais do que o Ibovespa”, lembra Sinara Polycarpo, do Santander. Por ter natureza de diversificação e ser muito arriscado, podendo oscilar bruscamente, o ouro não costuma ser indicado para pessoas físicas. Uma maneira de se beneficiar da alta do metal sem ser prejudicado no caso de uma reversão da crise é aplicar em um fundo de capital protegido atrelado ao ouro, em que o investidor recebe de volta pelo menos o que aplicou.

Títulos públicos: destaque para a inflação +16%


O ano de 2011 foi ótimo para os títulos públicos, em especial para os prefixados e os atrelados à inflação, que também possuem uma parte da remuneração prefixada. O motivo foi o início do ciclo de queda de juros em agosto, e a expectativa de que a Selic chegue a 9% no ano que vem. Além disso, a inflação acabou ficando acima dos 5% esperados pelo mercado no início do ano, e deve fechar 2011 em 6,51%.

“No início do ano, os títulos atrelados à inflação estavam pagando juro real superior a 6%, mais IPCA, o que é espetacular. A tendência do juro real é cair mais no curto prazo”, diz Sinara. Para ela, esses títulos só são interessantes para quem pode abrir mão de liquidez, uma vez que a volatilidade diária é bem grande. “Para quem pretende levar o título até o vencimento, o mais interessante é a NTN-B Principal, que não paga juros semestralmente, apenas no final da aplicação”, recomenda.

Os títulos atrelados ao IPCA foram, portanto, os destaques positivos entre os títulos públicos. As Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-Bs) com vencimento mais próximo, em agosto de 2012, tiveram rentabilidade de 13,80% até 12 de dezembro. Isso significa que quem aplicou 100.000 reais no papel tinha, nesta data, 113.800 reais. As maiores rentabilidades foram as das NTN-Bs (comum e Principal) que vencem em maio de 2015, cujos rendimentos ultrapassaram os 16%.

Entre os prefixados, as Letras do Tesouro Nacional (LTNs), com vencimento em janeiro de 2012 tiveram rendimento de 11,56%, e aquelas que vencem em janeiro de 2013 renderam 14,31%. As Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-Fs) de prazos semelhantes tiveram mais ou menos a mesma rentabilidade. Já as de prazos mais longos chegaram a render mais de 17% - caso da NTN-F que vence em 2021.

Como a Selic começou a cair no fim de agosto, fechando o ano a 11%, os títulos pós-fixados (LFTs), que acompanham a flutuação dos juros, não tiveram um desempenho tão bom. Mesmo assim, como a taxa básica da economia ainda estava alta no início do ano, a rentabilidade acumulada não foi nada má, ficando mesmo em torno dos 11% para todos os vencimentos. Para uma aplicação de 100.000 reais, isso significa um rendimento bruto de 11.000 reais, com risco praticamente zero.

Para Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos, as NTN-Bs devem continuar a ser boas pedidas em 2012. “O governo errou, em 2009, ao demorar para retirar os estímulos à economia, e acreditamos que isso ocorrerá novamente. O mercado espera uma inflação de 5,4% no fim de 2012, mas nós esperamos que a alta da inflação possa chegar a 6%”, diz Petrassi.
Na visão do especialista, os títulos pós-fixados continuarão indicados para quem quiser evitar riscos ou tiver objetivos de curto prazo. Já os prefixados, apesar do bom desempenho neste ano, serão aplicações mais arriscadas no ano que vem. O mercado já precifica a queda de juros, o que fez com que o prêmio pago pelos prefixados em relação aos pós-fixados já tenha caído bastante. “A queda de juros pode estancar e até reverter se houver melhora no cenário econômico mundial, e não acreditamos numa piora significativa da crise”, observa Petrassi.

Fundos de renda fixa: 11,75%


Os fundos de renda fixa seguiram o bom desempenho dos títulos públicos, especialmente os prefixados, e acumularam uma rentabilidade média de 11,75% até 13 de dezembro, segundo dados da Anbima. Apesar de as taxas de administração serem mais altas nos fundos do que no Tesouro Direto, os fundos de investimento em renda fixa permitem ao investidor tirar a maior vantagem possível do momento econômico, uma vez que o gestor tem liberdade para comprar oportunamente títulos pré ou pós-fixados, ou mesmo atrelados à inflação.
Fundos multimercados: refúgio na renda fixa +11,13%
A rentabilidade média dos diversos tipos de fundos multimercados também foi bastante parecida com a da renda fixa. Livres para aplicar tanto em renda fixa quanto em renda variável, esses fundos são bem sucedidos quando o gestor consegue andar em linha com o cenário econômico. Como a renda fixa se destacou em 2011, os multimercados aproveitaram para dar preferência aos títulos públicos, registrando um desempenho médio semelhante a eles.
Os fundos multimercados macro acumularam rentabilidade de 11,13% até 13 de dezembro. No mesmo período, os multimercados multigestor (com mais de um gestor) renderam 10,14%, os de estratégia específica renderam 11,13% e os multiestratégia (que utilizam mais de uma estratégia de investimentos) renderam 9,73%. Os mais bem-sucedidos foram aqueles focados em trading (12,20%) e os que investem em contratos futuros de juros e moedas (12,00%).
Fundos DI: 11,10%

Menos rentáveis entre os fundos de renda fixa, os fundos referenciados DI, que acompanham a flutuação da taxa de juros, renderam 11,10%, em linha com a Selic atual. Esses fundos, com liquidez diária e geralmente para aplicações de prazos mais curtos, costumam aplicar em LFTs, CDBs que paguem um percentual do CDI e em contratos de CDI futuros.

Com a Selic a 11% e com perspectivas de queda maior, porém, já é hora de o investidor rever a aplicação em fundos DI. Atualmente, fundos de taxas altas - de 2% ao ano, por exemplo - já tornam os fundos DI desvantajosos em relação à poupança para aplicações com menos de um ano. Caso a Selic caia a 9,5% no futuro, a poupança já se torna melhor que os fundos DI com taxa de administração de apenas 1% ao ano. Nesses casos, para acompanhar o CDI, investir diretamente em LFTs é o melhor a se fazer, pois as taxas de administração para operar o Tesouro Direto costumam ser bem menores que as taxas dos fundos.

Dólar: 10,48%

A alta do dólar em 2011 refletiu um típico ano de crise. Enquanto a moeda americana viu recuo de 4,53% em 2010, a crise europeia deste ano e os questionamentos em torno da continuidade do euro levaram os investidores a se refugiar no dólar e nos títulos americanos em busca de maior segurança. Como resultado, o dólar valorizou 10,48% até 13 de dezembro, quando fechou a 1,83 real.

Mesmo assim, especialistas só recomendam investimentos em ativos atrelados ao dólar para quem tem obrigações na moeda americana, como dívidas ou mesmo uma viagem marcada para o exterior. “O mercado de câmbio é muito arriscado e volátil, principalmente em tempos de crise”, ressalva Paulo Petrassi, da Leme Investimentos.


Fundos imobiliários: 8,96%
O mercado de fundos imobiliários teve rentabilidade média de 8,96% ao ano, aparecendo no ranking abaixo da renda fixa, segundo dados divulgados por Sérgio Belleza Filho, consultor especializado no assunto. O percentual aparentemente baixo para o setor na verdade reflete a grande variação de rentabilidade entre os fundos existentes. O fundo mais rentável do ano, o BB Progressivo, chegou a lucrar 59,35%. Os nove fundos mais rentáveis renderam de 20% para cima, o que significa que quem investiu 100.000 reais em um deles neste ano ganhou pelo menos 20.000 reais.
Em compensação, nove fundos viram desvalorização este ano, entre eles o Square Faria Lima e o Shopping Pátio Higienópolis. A queda mais brusca foi a do Mais Shopping Largo 13, cuja rentabilidade encolheu 33,06%. Ou seja, quem aplicou 100.000 reais nesse fundo agora tem apenas 66.940 reais.
Poupança: 7,44%
A caderneta de poupança rendeu 6,81% até 14 de dezembro, mal batendo a inflação do ano. Com essa rentabilidade, a mais baixa entre os investimentos que se mostraram positivos no ano, 100.000 reais geraram um lucro de 6.810 reais.

Fundos de ações ativos: -7,88%

A renda variável foi o grande desastre do ano. As bolsas sofreram com a crise europeia, os questionamentos em torno da continuidade do euro e a lenta recuperação da economia americana. A aversão ao risco gerou uma corrida para ativos mais seguros, e no Brasil, os investidores pessoas físicas fugiram da bolsa.

Apesar do tombo de quase 20% do Ibovespa, os fundos ativos de ações conseguiram se manter, na média, bem acima do índice, com retração de “apenas” 7,88%. Para uma aplicação no valor de 100.000 reais, isso representa uma perda de 7.880 reais. O que “salvou” as carteiras este ano foram as ações de empresas que pagam bons dividendos, como as do setor de energia elétrica, e aquelas ligadas ao mercado interno, como as do setor de consumo. Prova disso foi o desempenho médio dos fundos de dividendos, positivo em 0,29%.

“Se o investidor se organizar bem e diversificar, ele pode proteger melhor sua carteira e até ganhar dinheiro com ações. A carteira recomendada de dividendos do Santander, por exemplo, rendeu 19,55% ao ano, basicamente concentrada no setor de energia. Uma coisa é o Ibovespa, outra coisa é a carteira que o investidor pode montar”, diz Sinara Polycarpo, superintendente de investimentos do Santander, lembrando a importância de fazer uma boa escolha de ações, mesmo em tempos de crise.

Ibovespa: -17,04%


Já o Ibovespa amargou perdas de 17,04% até 13 de dezembro deste ano, refletindo o mau humor internacional. Isso se deve ao grande peso de empresas muito ligadas ao mercado externo no índice, como Vale e Petrobras, cujas ações perderam mais de 20% no ano. Algumas ações chegaram a cair mais de 50%. Até mesmo a surpreendente queda dos juros em agosto, que em tese beneficiaria a bolsa num primeiro momento, pode ter surtido efeito negativo. “Como o mercado não estava esperando esse corte nos juros, passou a questionar a ingerência política nas decisões econômicas”, diz João Pedro Brugger, analista da Leme Investimentos.

Também pesaram contra o índice o mau desempenho de ações de empresas que apresentaram problemas internos ou setoriais. A B2W e a Hypermarcas são casos emblemáticos, com desvalorizações de mais de 60%. A primeira teve dificuldades em virtude do aumento da concorrência no setor de comércio eletrônico. Já a segunda apresentou resultados aquém do esperado após sua onda de aquisições e teve que se desfazer de alguns ativos do seu diversificadíssimo portfólio.

Outro destaque negativo foi o setor de construção, no qual as empresas sofreram com escassez de mão-de-obra e com os erros nas previsões de custos das obras, o que acabou tendo impacto negativo nas margens. Na ponta vencedora, brilharam as empresas ligadas ao consumo e ao mercado interno, bem como as boas pagadoras de dividendos. As líderes de altas do índice são Redecard e Cielo, cujas ações sobem, respectivamente, 45% e 44% em 2011. Equivale a dizer que, quem investiu 100.000 reais em um desses papéis hoje tem cerca de 145.000 reais.
Especialistas não esperam que 2012 seja um ano bom para a bolsa, mas tampouco deixam de recomendar o investimento em ações. As incertezas em relação à economia mundial vão continuar, o que impede uma melhora no desempenho das ações brasileiras. Mesmo assim, como é difícil prever o início da recuperação, a recomendação geral é de montar uma carteira balanceada para um prazo de, no mínimo, dois anos.
“O ano de 2012 pode ser ruim novamente para o Ibovespa, mas não necessariamente para as ações da sua carteira. E como é difícil para o investidor acertar o momento da recuperação, é melhor colocar o percentual do patrimônio confortável para não perder o bonde”, diz Sinara Polycarpo, do Santander.

Fundos de ações Small Caps : -17,79%

Os fundos que só investem nas ações de Small Caps tiveram desempenho ainda pior que o Ibovespa, com perdas de 17,79% até 13 de dezembro. A crise internacional e seu impacto no crescimento econômico afetaram todas as empresas, mas as companhias menores sofreram mais. “Num ambiente de mais incertezas e risco maior, os grandes investidores evitam as ações menos negociadas da bolsa”, explica Frederico Sampaio, diretor de investimentos em renda fixa da Franklin Templeton.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Conheça o BC Fund (BRCR11B) - maior fundo imobiliário do Brasil

Conheça o maior fundo imobiliário do Brasil

Veja os prós e contras de aplicar no BC Fund, que possui uma carteira de 2 bilhões de reais em imóveis e tem quotas negociadas na BM&FBovespa

São Paulo – O Brazilian Capital Real Estate Fund (BRCR11B), maior fundo imobiliário brasileiro com quotas negociadas em bolsa, vai elevar em 25% a distribuição mensal de aluguéis aos seus investidores. Da última vez em que isso aconteceu, em 29 de julho, as quotas do fundo tiveram uma valorização de cerca de 20% na BM&FBovespa no mês seguinte.

O BC Fund chegou à bolsa em dezembro de 2010 com uma política de crescimento acelerado e baixa distribuição de dividendos. Ao invés de repartir todos os aluguéis recebidos dos inquilinos com os quotistas, o fundo guardava parte do dinheiro para fazer caixa e comprar outros imóveis.
Há um ano, cada quota do BC Fund valia 100 reais e garantia ao investidor um retorno de 0,50 real ao mês. Em julho, a distribuição de aluguéis subiu para 0,67 real. O fundo, entretanto, continuou a ser visto com certo ceticismo pelos investidores porque mantinha em caixa boa parte dos aluguéis.
Com a nova elevação, que ainda deve ser ratificada em assembleia de quotistas em 20 de dezembro, a distribuição subirá para 0,83 real por quota e garantirá ao investidor um retorno em linha com o resto da indústria.
Inicialmente, o fundo prometia chegar a esse nível de distribuição apenas em 2014. A antecipação aconteceu devido ao sucesso em reduzir a vacância dos imóveis do portfólio e aos reajustes obtidos após a renegociação de diversos contratos de locação. “A receita bruta de locação dos fundos cresceu 30% nos 11 primeiros meses deste ano”, diz Adriano Mantesso, responsável pelo BC Fund. “Nossas receitas mensais com aluguel já alcançam 14,3 milhões de reais.”

A primeira vantagem é tributária. Fundos imobiliários não pagam Imposto de Renda, CSLL, PIS nem Cofins sobre as receitas ou lucros obtidos com aluguéis. Outro benefício ao investidor é a distribuição mensal de aluguéis aos quotistas – na Bovespa, quase nenhuma empresa aberta paga dividendos a cada 30 dias. Por último, Mantesso afirma que um fundo tem uma estrutura mais enxuta que uma companhia aberta, com menos funcionários e despesas administrativas reduzidas. A terceirização de atividades não estratégicas implicaria em uma distribuição maior de receitas aos quotistas.

A gestão ativa do fundo inclui diversos pilares de atuação. O primeiro é procurar renegociar os contratos de aluguel sempre que o mercado estiver aquecido. Desde que chegou à bolsa no final do ano passado, o fundo conseguiu reajustar os valores estabelecidos em contrato com 38% dos inquilinos. Os aumentos médios chegam a 48%. O destaque foi o Cenesp, um empreendimento de sete blocos de escritórios na zona sul de São Paulo onde os aluguéis subiram 60%. A alta representativa reflete o fato de que o Cenesp tinha altas taxas de vacância quando foi comprado. Agora, o prédio está 100% locado.
As renegociações foram consideradas tão bem-sucedidas que o BC Fund já não via mais oportunidade de fortes reajustes nos aluguéis e decidiu vender ao mercado parte de suas quotas no Cenesp. A empresa usou o dinheiro levantado para comprar a participação em outro edifício, o Burity. O negócio permitiu que o BC Fund trocasse um prédio que rendia 10,3% de seu valor ao ano em aluguéis por outro que paga 11,6%. Como o fundo só pagou 30% do Burity e financiou o restante da aquisição para quitá-la nos próximos anos, o retorno real com esse edifício chega a 19,1% ao ano.
Por último, o fundo prevê elevar a área locável dos imóveis que já possui por meio de ampliações. “Acreditamos que é possível agregar 20.000 metros quadrados aos imóveis da carteira” diz Mantesso. Ele cita como o exemplo o Brazilian Financial Center, onde seria possível construir um novo andar com 1.400 metros quadrados de área.
Crítica

Por outro lado, advém da própria gestão ativa uma das principais críticas que o mercado faz ao BC Fund. Como o fundo compra e vende imóveis o tempo todo, parte do caixa gerado pelos aluguéis é retido pelo administrador para financiar essas transações. O resultado é que a distribuição dos aluguéis aos quotistas pode ser menor do que a de muitos outros fundos imobiliários.
Quando chegou à bolsa em dezembro, cada quota do fundo valia 100 reais. Os aluguéis distribuídos mensalmente, entretanto, correspondiam a apenas 0,50 real por quota – o resto ficava retido no caixa. O retorno para o investidor, portanto, era equivalente a apenas 0,5% do valor do imóvel. “Geralmente os investidores consideram interessantes retornos mensais de 0,75% ou mais ao mês”, diz Fatima, da Coinvalores.

 
Devido aos bons resultados obtidos com as negociações de aluguéis, o BC Fund decidiu, há pouco mais de três meses, elevar a distribuição mensal de aluguéis para 0,67 real por quota. Quem investia no fundo naquela época ganhou um bom dinheiro. O valor da quota na bolsa, que girava em torno de 100 reais, saltou para até 127 reais e hoje vale ao redor de 113 reais.

O fundo, no entanto, só planeja começar a distribuir todos os aluguéis a partir de 2015, quando avalia que será possível realizar pagamentos mensais de ao menos 1,25 real. “É por isso que os investidores acreditam que o BC Fund é interessante apenas no longo prazo, quando os quotistas efetivamente começarem a se apropriar dos ganhos com a gestão ativa”, diz Fatima, da Coinvalores.
Sérgio Belleza, consultor da área de fundos imobiliários, considera que o mercado erra ao precificar os fundos imobiliários no Brasil apenas de acordo com o valor dos aluguéis distribuídos. No exterior, o valor das quotas reflete melhor o preço dos ativos imobiliários incluídos na carteira.
No caso do BC Fund, os administradores avaliam que os imóveis valem 2 bilhões de reais. A consultoria imobiliária Colliers fez recentemente uma análise independente do valor do portfólio e chegou a 1,6 bilhão de reais. Já o valor de mercado de todas as quotas do fundo corresponde a 1,2 bilhão de reais. “À medida que o mercado fique mais profissional, com grandes investidores estrangeiros e institucionais, o valor real dos ativos tenderá a ganhar mais peso na decisão de investimento de todos, incluindo as pessoas físicas”, diz Belleza. “É neste momento que o valor das quotas vai se aproximar do preço dos imóveis.”
Liquidez

O BC Fund não tem problemas de liquidez como alguns fundos imobiliários negociados na BM&FBovespa. As quotas estão nas mãos de 1.600 investidores e giram em média 300.000 reais por dia. Dificilmente pessoas físicas e pequenos investidores terão de arcar com um grande ágio ou deságio para comprar ou vender uma quota, respetivamente.
Para que a valorização das quotas supere o IGP-M, índice que serve de base para a maioria dos contratos de aluguel no Brasil, o BC Fund mantém a aposta na gestão ativa. Adriano Mantesso diz que o fundo tem 70 milhões de reais em caixa para realizar novas aquisições. Já se faltar dinheiro, há duas alternativas imediatamente viáveis: fazer compras a prazo ou realizar uma nova oferta pública de participações no Cenesp, um ativo com boa liquidez. Mas só a partir do momento em que a distribuição de aluguéis aumentar ou quando o mercado começar a dar mais importância ao valor real dos imóveis é que o BC Fund tende a se tornar o destaque da indústria.


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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A expectativa de queda da taxa básica de juros e o cenário de aumento da inflação têm tornado os fundos imobiliários mais atrativos



Ganho imobiliário

Autor(es): Silvia Rosa | De São Paulo

Valor Econômico - 25/10/2011


A expectativa de queda da taxa básica de juros e o cenário de aumento da inflação têm tornado os fundos imobiliários mais atrativos.

Em setembro, esses investimentos apresentaram um rendimento médio de 2,73%, considerando a valorização das cotas na bolsa e o ganho distribuído das receitas de aluguel, superando a variação do CDI no mês passado, que foi de 0,94%. O levantamento, realizado pela consultoria Uqbar, abrange 46 carteiras, entre as 61 listadas na bolsa que foram negociadas no período. "No mês passado houve uma melhora do desempenho dos fundos imobiliários, resultado do reajuste dos aluguéis de alguns imóveis acima do índice de correção e da valorização das cotas", diz Sérgio Belleza, sócio da consultoria Fundo Imobiliário.

Até a segunda prévia de outubro, o IGP-M, índice utilizado como referência para o reajuste dos aluguéis, acumula alta de 4,67% no ano e de 6,92% em 12 meses. A expectativa é que com a queda da Selic, hoje em 11,5%, o retorno dos fundos imobiliários termine o ano acima do ganho líquido com as aplicações em renda fixa, considerando o desconto de 15% de Imposto de Renda (IR) incidente sobre essa última.

No acumulado do ano, os fundos imobiliários acumulavam um retorno de 11,3%, comparado com 8,70% do CDI. Nesse caso, o levantamento da Uqbar abrange 40 carteiras que tiveram negociação em bolsa entre dezembro do ano passado e setembro deste ano.

Esses investimentos têm atraído as pessoas físicas nos últimos anos ao oferecer a possibilidade de uma renda mensal proveniente dos aluguéis, com isenção de IR. Esse benefício é concedido para as carteiras negociadas em bolsa, com no mínimo 50 cotistas, e com participação máxima de cada investidor inferior a 10% do patrimônio. O ganho de capital com a venda das cotas, no entanto, é tributado em 20%. Além disso, com o desempenho fraco do mercado de ações, muitos investidores têm migrado parte de suas alocações para ativos reais como imóveis.

A maior procura por esses ativos tem levado a uma valorização das cotas negociadas na bolsa, que respondeu por boa parte da rentabilidade das carteiras neste ano. O fundo Hotel Maxinvest, lançado em 2008 pela Brazilian Mortgages (BM), era o mais rentável neste ano, até setembro, com taxa interna de retorno de 53,5%. O resultado foi impulsionado pela valorização das cotas, de 39,7% no período.

Voltado para a aquisição de flats, o fundo contava em setembro com 603 apartamentos, localizados em São Paulo, e tem se beneficiado da retomada do mercado hoteleiro na capital paulista, diante da expectativa de aumento da demanda com a Copa do Mundo em 2014.

Com isso, o fundo tem apresentado um "dividend yield" - que se refere ao retorno com a distribuição dos rendimentos sobre o valor da cota - acima da média, de cerca de 12% a 15% ao ano. Atualmente, na fase de desinvestimento, a carteira contava com um patrimônio de R$ 58,5 milhões. "A queda das Selic aumenta a busca por diversificação dos investimentos, promovendo uma desconcentração dos ativos de renda fixa atrelados ao CDI", afirma Vitor Bidetti, diretor da Brazilian Mortgages.

A BM também é responsável pela administração da maior carteira negociada em bolsa, o Brazilian Capital Real Estate Fund I, conhecido como BC Fund, composto por 13 empreendimentos, que somavam um valor de mercado, em junho, de R$ 2 bilhões. O fundo apresentava uma taxa interna de retorno de 20,5% no ano, até setembro.

Em julho deste ano, foi aprovado um aumento dos rendimentos de 6% ao ano para 8% ao ano sobre o valor da oferta pública do fundo, realizada em dezembro de 2010. O retorno proposto abrangerá o período de agosto deste ano a dezembro de 2012. O fundo mantém a meta de retorno de 15% ao ano a partir de 2015.

A ampliação do retorno é resultado do crescimento das receitas com aluguéis, que aumentaram 28% em relação a dezembro do ano passado em mais de 60% dos imóveis em carteira.

A BM tem buscado uma gestão mais ativa do portfólio que conta hoje com 80% das propriedades comerciais compostas por escritórios de alto padrão classe A, como a Eldorado Business Tower, em São Paulo, e a Torre Almirante, alugada para a Petrobras no Rio de Janeiro.

O fundo Rio Bravo Renda Corporativa também foi um dos que mais valorizaram. O portfólio, constituído em dezembro de 1999, está com a quarta emissão em análise na Comissão de Valor Mobiliário (CVM), com objetivo de captar R$ 50 milhões. Só neste ano, até setembro, a carteira apresentava uma valorização na bolsa de 16,6%, e estava pagando um ganho sobre rendimentos de 5,4%. Em julho, a carteira contava com patrimônio de R$ 102,7 milhões e compreendia três imóveis, sendo seis unidades no JK Financial Center, além de uma laje corporativa no prédio Jatobá Green Buiding, e outra no Edifício Parque Paulista, todos em São Paulo.

Administrados pela Rio Bravo Investimentos, os ativos em carteira apresentavam baixa taxa de vacância e a gestora tem conseguido renovar os contratos com reajustes acima do IGP-M. "Apesar dos novos empreendimentos em construção na cidade de São Paulo, a oferta não deve suprir a demanda por imóveis corporativos pelo menos até 2014, com os preços de locação devendo se estabilizar em patamares altos", diz José Diniz, diretor de fundos imobiliários da Rio Bravo.

A gestora conta com R$ 6 bilhões em projetos em análise e espera chegar a R$ 1 bilhão em ofertas de fundos previstas para o ano que vem. "Estamos buscando ativos ligados ao segmento de logística, como centros de distribuição, ao redor da cidade de São Paulo", destaca Diniz.

O executivo afirma que enquanto a rentabilidade líquida dos fundos DI, descontando o IR e a taxa de administração, está em torno de 6,5% a 7% ao ano, os fundos imobiliários têm pago um "dividend yield" de 7% a 8% ao ano.

O Kinea Renda Imobiliária, que tem como foco a aquisição de empreendimentos corporativos e centros de logística já prontos no Rio de Janeiro e em São Paulo, também tem conseguido reajustes no valor do aluguel acima da inflação. A carteira acumulava uma taxa interna de retorno de 33,7% no ano, até setembro, sendo 27% referente à valorização das cotas.

Em julho deste ano, a carteira gerida pela Kinea Investimentos captou mais R$ 200 milhões, sendo 95% da oferta adquiridos por pessoas físicas. Hoje a carteira conta com 4 mil cotistas e foi a mais negociada na bolsa em setembro. A liquidez do fundo reflete o esforço para a pulverização da oferta, que foi distribuída para os clientes dos segmentos private e de alta renda do Itaú Unibanco.

Hoje, a carteira é composta por quatro imóveis, sendo dois localizados no centro do Rio de Janeiro - um alugado para a Caixa e outro para o Banco do Brasil - e outros dois em São Paulo, e um centro logístico localizado em Sumaré (SP).

Além do segmento de lajes corporativas, Bidetti, da BM, tem visto oportunidades nos segmentos ligados ao varejo como shopping centers e centros de comércio menores, além de carteiras compostas por papéis como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

http://www.valor.com.br/impresso/financas-e-investimentos/ganho-imobiliario

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Inflação alta tornou negativa a rentabilidade real de algumas das aplicações financeiras mais conservadoras do mercado

Renda fixa | 25/10/2011 08:09

Quem investe em poupança ou CDB pode ficar mais pobre

Inflação alta tornou negativa a rentabilidade real de algumas das aplicações financeiras mais conservadoras do mercado; veja alternativas

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São Paulo – Do ponto de vista do investidor, a lógica dos juros é muito simples. Em troca da decisão de adiar um consumo que poderia ser imediato, o poupador recebe uma remuneração compensatória. No Brasil, país tradicionalmente conhecido pelos juros altos, é de se supor que a recompensa do investidor seja sempre atrativa. Mas os números mostram que não há grandes incentivos à poupança neste momento ainda que a taxa básica de juros da economia esteja em suculentos 11,5% ao ano.
O que acabou com a alegria de quem opta pelas formas de investimento mais populares e conservadoras do país foi a alta da inflação. Quem aplicou quantias baixas de recursos em CDBs, por exemplo, obteve uma rentabilidade de 4,78% entre janeiro e setembro deste ano – ou menos do que a inflação de 4,97% acumulada no período, segundo o IPCA, o principal indicador de preços ao consumidor do país. Isso quer dizer que esse investidor não apenas não ganhou nada em termos reais com a aplicação como também teve seu poder de compra corroído pelo dragão da inflação. E a tabela abaixo mostra que não é apenas quem comprou CDBs que não tem motivos para comemorar:
Aplicação* Retorno nos 9 primeiros meses deste ano
Poupança 5,62%
CDB (aplicações de mais de 100.000 reais) 5,44%
CDB (aplicações de 5.000 reais) 4,78%
Fundos DI (pequenos investidores) 5,67%
Fundo DI 7,08%
Fundos de renda fixa 7,47%
IPCA 4,97%
CDI 8,70%
Ibovespa -24,50%
Dólar 11,30%
  *Com exceção da poupança, todos os investimentos do quadro pagam Imposto de Renda. A alíquota considerada para se chegar ao retorno líquido foi de 20% dos ganhos, que é válida para investimentos de 9 a 12 meses  

Ainda que tenha obtido resultados melhores os dos CDBs, a caderneta de poupança também amarga uma performance modesta. Aplicação mais popular do Brasil, a poupança acumula uma rentabilidade de 5,62% neste ano – ou menos de 1% acima IPCA. Nos últimos 12 meses, a comparação é ainda menos favorável. O retorno da poupança foi de 7,45%, contra um IPCA de 7,31%.
Os números deixam claro que o retorno da renda fixa neste momento não é tão atrativo quanto parece porque a taxa de juros de 11,5% ao ano paga pela maioria dos títulos públicos do governo federal não vai diretamente para o bolso do comprador. Como a expectativa de redução da inflação medida pelo IPCA para algo em torno de 6,5% em 2011 deve ser acompanhada de uma queda da taxa Selic para cerca de 10,5% até janeiro, não é razoável supor que a melhora do cenário para o investidor conservador é iminente.

Quem mantém recursos aplicados em CDB ou poupança, entretanto, não deve necessariamente resgatar o dinheiro imediatamente. Professor da UFSC e consultor em finanças pessoais do Itaú, Jurandir Macedo explica que, apesar da baixa rentabilidade, esses dois investimentos, assim como os fundos DI, continuam sendo os mais indicados para quem pode ter de usar o dinheiro no curto prazo. Para ele, qualquer pessoa deve manter uma reserva de emergência equivalente aos gastos de três a nove meses como forma de cobrir despesas imprevistas. Se não fizer isso, a pessoa fica sujeita a ter de utilizar linhas de crédito caras como cheque especial ou resgatar aplicações de renda variável na hora errada caso o pior aconteça.
Já o dinheiro que o investidor poupa para realizar sonhos daqui a alguns anos ou para um dia juntar a renda suficiente para parar de trabalhar segue uma lógica totalmente distinta. Com os recursos que não precisarão ser usados no curto prazo, o investidor pode correr os riscos condizentes com seu perfil.
 
Alternativas

Dentre as opções de risco baixo e médio, o investidor conservador que não tem tempo de acompanhar o mercado, mas tem paciência para obter bons resultados no longo prazo, deve buscar um fundo de renda fixa. Por meio dessas aplicações, é possível investir em títulos públicos e privados de forma bastante diversificada. As decisões de investimento são tomadas por um gestor profissional, que está habituado ao desafio de antecipar cenários econômicos e comprar o ativo mais indicado para cada momento.
“O cuidado mais importante a ser tomado antes de investir em um fundo de renda fixa é verificar as taxas de administração”, diz Conrado Navarro, especialista em finanças pessoais e responsável pelo site Dinheirama. Alguém que possui ao menos 100.000 reais para investir deve procurar um fundo que cobre uma taxa de administração de no máximo 1% do valor investido ao ano. “Quem entra em um fundo DI ou de renda fixa com taxa de administração de 2% ou 3% ao ano corre o risco de obter um retorno inferior ao da poupança se os juros continuarem em queda.”
Outra forma de fugir das taxas altas dos fundos é gerir os próprios investimentos. Mas não se engane: isso dá trabalho e exige conhecimento. Uma das alternativas é investir em CDBs de bancos pequenos e médios e obter um retorno equivalente a 100% ou 115% do CDI (hoje o equivalente a um ganho bruto entre 11,4% e 13,1%), dependendo do prazo da aplicação. Para comprar um CDB de um determinado banco, é necessário abrir conta nessa instituição financeira.

Além da burocracia, o investidor deve tomar alguns cuidados. Os CDBs de bancos médios só são de risco baixíssimo se o investidor respeitar o limite de aplicação de até 70.000 reais por instituição. Nesses casos, mesmo que o banco quebre, o investidor receberá o dinheiro investido do Fundo Garantidor de Crédito, criado pelos próprios bancos para dar mais segurança aos clientes. Para montantes superiores, o investidor pode ter de esperar vários anos ou até mesmo perder o dinheiro aplicado em caso de liquidação da instituição bancária. Nesse caso, é melhor se contentar com o retorno de 80% a 90% do CDI que será oferecido por uma grande instituição financeira.
Outro instrumento interessante para investimentos de baixo risco é o Tesouro Direto. A ferramenta foi criada pelo governo federal para a venda de títulos públicos sem intermediários. A única taxa que deve ser desembolsada pelo investidor é a de custódia dos títulos, que varia de zero (no caso das corretoras Banif, Spinelli, Título, Socopa e Concórdia) a 1% ao ano.
Os títulos públicos que podem ser comprados via Tesouro Direto são basicamente três: LTN (prefixado), LFT (indexado à taxa Selic) e a NTN-B (que paga ao investidor uma remuneração equivalente à inflação medida pelo IPCA mais uma taxa de juros). Para Georges Catalão, gestor de investimentos da Lecca Financeira, o título mais indicado para o atual momento da economia é a NTN-B.
Esses papéis pagam hoje o equivalente a IPCA mais entre 5% e 6% ao ano, dependendo do prazo de vencimento. O investidor não precisa manter o título em carteira até o vencimento, já que o próprio Tesouro Nacional garante a recompra dos papéis em leilões realizados todas as quartas-feiras. Essa rentabilidade, entretanto, só é garantida a quem não vender os títulos até a data final.
Catalão dá preferência às NTN-B porque acredita que o Banco Central foi ousado demais ao começar a baixar os juros em agosto, em um momento em que a inflação continua acima do centro da meta. O BC justificou o corte com a promessa do Ministério da Fazenda de cortar gastos e com a perspectiva de que a crise internacional leve a uma desaceleração da economia brasileira. O problema é que, até o momento, não se sabe quais gastos o governo pode enxugar nem se os efeitos da crise sobre os preços internacionais serão tão severos quanto o BC imagina.

Já as pressões inflacionárias são bem mais palpáveis. Os reajustes salariais de diversas categorias têm batido a inflação com tranquilidade neste ano. Alguns sindicatos, como o dos metalúrgicos, conseguiram 10% de aumento. Já o salário mínimo deve subir 13% no início do próximo ano e botar lenha na fogueira da inflação. A elevação dos custos da mão de obra e o aumento do preço dos imóveis devem continuar a pressionar os preços principalmente no setor de serviços. A alta do dólar é outra fonte preocupante de pressão. Já as commodities, que poderiam dar algum alívio à inflação, têm se mantido em patamares elevados. “Se a inflação ficar próxima a 6% no próximo ano, o investidor ganha dinheiro com a NTN-B”, afirma Catalão.
É importante lembrar que, apesar de ser um investimento de renda fixa, o retorno oferecido por um título público para quem vende o papel antes do vencimento é variável. Títulos indexados à inflação, inclusive, têm sido os mais voláteis e arriscados nos últimos anos. A NTN-B Principal com vencimento em 2035, por exemplo, proporcionou ao investidor uma rentabilidade de apenas 1,85% neste ano, como pode ser visto na tabela de rentabilidades deste ano publicada abaixo:

Título Vencimento Rentabilidade neste ano
LTN (título prefixado) 01/01/2012 9,91%
LTN 01/01/2013 12,06%
NTN-F 01/01/2012 9,90%
NTN-F 01/01/2013 11,81%
NTN-F 01/01/2014 12,41%
NTN-F 01/01/2017 11,92%
NTN-F 01/01/2021 13,03%
LFT (título indexado à Selic) 07/03/2012 9,43%
LFT 07/03/2013 9,41%
LFT 07/03/2014 9,36%
LFT 07/03/2015 9,29%
NTN-B (título indexado ao IPCA mais juros) 15/08/2012 12,15%
NTN-B 15/05/2013 13,36%
NTN-B 15/05/2015 13,60%
NTN-B 15/05/2017 12,59%
NTN-B 15/08/2020 11,04%
NTN-B 15/08/2024 10,42%
NTN-B 15/05/2035 7,88%
NTN-B 15/05/2045 5,49%
NTN-B Principal 15/05/2015 13,90%
NTN-B Principal 15/08/2024 8,96%
NTN-B Principal 15/05/2035 1,85%

É por esse motivo que o professor Jurandir Macedo defende que as pessoas físicas não tentem adivinhar qual é o melhor título para determinado cenário econômico e busquem definir apenas qual é o ativo mais adequado aos próprios objetivos financeiros. Ele acredita que a NTN-B é a melhor opção para quem vai investir para a aposentadoria porque o papel garante um ganho no poder de compra ao pagar toda a inflação mais uma taxa de juros.
As LTN são os títulos mais indicados para o investidor de médio prazo, que está guardando dinheiro para dar a entrada em um imóvel que será financiado daqui a uns dois ou três anos, por exemplo. A grande vantagem desse papel é que o investidor sabe exatamente quanto vai receber de juros até o vencimento. Já as LTF são indicadas para quem não quer ou não pode correr riscos e para quem pode ter de resgatar os recursos em breve.



Fundos de Investimentos Imobiliários de incorporação costumam oferecer rendimento maior do que os tradicionais portfólios com foco em renda

Valor Econômico/Por Silvia Rosa 
Data:25.10.2011
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Carteira de incorporação da Brazilian rende 30% ao ano

Por envolver o risco do desenvolvimento do empreendimento, os fundos de incorporação costumam oferecer rendimento maior do que os tradicionais portfólios com foco em renda, atrelados às receitas de aluguéis.

A Brazilian Capital, companhia de gestão do grupo BRFE, concluiu neste ano seu primeiro ciclo de coinvestimento em projetos de incorporação residencial e comercial no Brasil. Iniciado em 2003, os fundos da empresa entregaram uma taxa interna de retorno média de 30% ao ano.

Esse primeiro ciclo compreendeu a conclusão dos investimentos de três fundos de participações: o CSHG Realty BC I e II, BCRE Development Fund I. Além disso, encerrou um investimento próprio, no valor de R$ 130 milhões, no empreendimento comercial Parque Cidade, localizado em Brasília.

Ao todo foram investidos R$ 213 milhões em 12 projetos residenciais e um comercial, com retorno de capital e lucro equivalente a 1,56 vezes o capital investido. "O retorno esperado para os fundos de incorporação é de 20% a 25% ao ano, enquanto os fundos de renda costumam entregar uma rentabilidade líquida de 8% a 8,5% sobre o valor de mercado", afirma Rossano Nonino, diretor-geral da Brazilian Capital. O retorno mínimo dos projetos administrador pela empresa de 15% ao ano. "Os retornos foram praticamente estáveis", diz.

A Brazilian Capital foi responsável pela administração dos projetos dos fundos CSHG Realty I e II, que somavam R$ 60 milhões de patrimônio e tinham como foco imóveis residenciais para o segmento de média renda em todo Brasil. O fundo CSHG Realty I foi a primeira carteira de incorporação lançada no mercado e tinha como meta uma rentabilidade de 20% ao ano mais a variação do IGP-M.

O BCRE, lançado em 2005, também era voltado para projetos residenciais e investiu em dois empreendimentos, um em Goiânia (GO) e outro na cidade de São Paulo. Lançado em parceria com um investidor estrangeiro, a Brazilian comprou a participação do sócio, que foi obrigado a se desfazer do negócio após a crise imobiliária nos Estados Unidos.

Os investimentos dos fundos eram realizados por meio da aquisição de participação, que variava entre 50% e 80%, em Sociedades de Propósito Específico (SPEs), em parceria com incorporadoras.

Já o projeto do Parque Cidade envolvia a construção de três torres comerciais, sendo duas vendidas para a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, no ano passado, e outra que ficou como permuta em troca do terreno.

A Brazilian Capital conta com R$ 2,7 bilhões em ativos imobiliários sob gestão e atualmente está em fase de investimento dos recursos do BCRE II, que captou R$ 100 milhões no ano passado com investidores americanos e asiáticos, que investem na carteira por meio de um veículo constituído em Delaware. "Metade desse valor já está comprometido e devemos concluir a fase de investimento até o fim do ano", afirma Nonino.

A gestora pretende realizar uma nova oferta desse fundo no primeiro semestre do ano que vem, com previsão de captar entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões com investidores locais e estrangeiros. "O fundo terá um foco mais diversificado podendo investir no segmento residencial, parques industriais e shoppings de conveniência, que têm grande potencial com o crescimento do poder de consumo dos brasileiros", destaca Nonino.

Segundo o executivo há um grande interesse dos estrangeiros pelo mercado imobiliário brasileiro, que apesar de aquecido, ainda está longe de uma bolha. "O mercado de imóveis comerciais em São Paulo apresenta a menor taxa de vacância dos últimos dez anos e isso não deve mudar nos próximos três anos", diz Nonino.

Já no segmento residencial, o executivo acredita que o momento de euforia já passou e o mercado está passando por um ajuste de oferta e demanda.

Os fundos de incorporação, no entanto, são destinados a investidores qualificados, com no mínimo R$ 300 mil em aplicações financeiras. Apesar da rentabilidade maior, a liquidez desses portfólios é bem mais baixa, uma vez que o investidor só começar a ter o retorno sobre o capital investido depois de um prazo médio de cinco anos. "O foco desses fundos é o ganho de capital e não a renda", diz Nonino.

sábado, 11 de junho de 2011

Será que os preços dos imóveis vão continuar subindo de maneira consistente no Brasil?

Isto É Dinheiro - Nº edição: 713 | Imóveis | 03.JUN - 21:00 | Atualizado em 10.06 - 13:48            

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Os alicerces da valorização

Os preços dos imóveis vão continuar subindo de maneira consistente no Brasil. Entenda por quê

Por Lilian Sobral
O edifício Marquise Ibirapuera, localizado perto do parque mais conhecido da capital paulista, oferece apartamentos de luxo. A unidade padrão, com 407 metros quadrados de área útil, custa cerca de R$ 5 milhões, mais de R$ 12 mil o metro quadrado. Essa cifra não é excepcional. O preço dos apartamentos de luxo, tanto novos quanto usados, tem superado os R$ 14 mil em São Paulo. No Rio de Janeiro, o candidato a morar em bairros como o Leblon tem de desembolsar até o dobro disso.
Essa trajetória se espraia por todas as faixas de preço. Nessas horas, o comprador em potencial suspira e pensa: “Quando os preços dos imóveis vão parar de subir?” A questão para os investidores é se vivemos ou não uma bolha imobiliária que poderia estourar a qualquer momento. Os especialistas ouvidos pela DINHEIRO afirmam que não, e preveem novas altas de preços. Segundo Renato Teixeira, presidente da rede de franquias imobiliárias RE/MAX, ainda há muito espaço para subir.
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“O déficit habitacional brasileiro vai sustentar a alta por muito tempo”, diz. Já Luiz Paulo Pompeia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp), acredita que o mercado atinja um ponto de equilíbrio em 2011. Isso não significa números estáveis – ao contrário, os valores devem acompanhar a inflação. Um dos alicerces dessa alta é econômico. O aumento da renda, aliado à maior oferta de crédito, permite que mais famílias possam adquirir imóveis.
O aquecimento na base da pirâmide afeta todo o setor. Outro alicerce é geográfico. Itens como terrenos fazem os preços disparar muito antes de o primeiro tijolo ser assentado, algo que só tende a piorar devido à crescente escassez de áreas para construir. “Na ilha de Manhattan é raro ver um posto de gasolina e na Europa não há hipermercados em regiões centrais das cidades”, diz Eduardo Zylberstajn, coordenador de um índice de preços de imóveis lançado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo.
“Nas maiores capitais brasileiras, porém, há muitos espaços que não são dedicados à moradia.” Além do terreno, outros insumos também aumentam o valor dos prédios novos. Em maio, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), calculado pela Fundação Getulio Vargas, subiu 2,03%. A alta, desde o início do ano, é de 4,04%, ao passo que a inflação média, medida pelo IGP-M, é de 3,3% (veja gráfico abaixo).
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Não por acaso, o índice imobiliário da Fipe mostra que os preços observados em nível nacional subiram 2,7% em abril, a maior alta mensal desde o início da série histórica. Nas principais cidades a alta é ainda mais expressiva, fenômeno que se repete ao redor do mundo (veja quadro à direita). Entre janeiro de 2008 e abril de 2011, os preços dos apartamentos de 1 e 2 dormitórios mais que dobraram em São Paulo.
As unidades com três dormitórios ficaram 85% mais caras e os preços dos maiores subiram 62%. No Rio de Janeiro, com o apelo da proximidade da praia, a valorização oscila entre 91% para unidades com quatro dormitórios e 126% para apartamentos de um dormitório. No caso de o País continuar a crescer 5% ao ano em média, como prevêem os bancos, esse movimento pode se mante por mais tempo.“A tendência ainda é de alta nos preços”, diz Zylberstajn. “Só é possível esperar uma desaceleração se houver a convergência de diversos fatores, como retração do crédito e baixa nos custos da mão de obra.”
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A alta dos imóveis novos acaba puxando o valor dos usados. Na hora de vender, os proprietários calibram o preço pelo momento de mercado. O investidor que estiver convencido da solidez dos alicerces da alta e quiser seguir o ditado que diz que “quem compra terra, nunca erra” deve tomar alguns cuidados.
Negociar imóveis é trabalhoso, burocrático e caro devido à necessidade de obter certidões e pagar as inevitáveis comissões dos corretores. Outro risco é a falta de liquidez. Mesmo com o mercado aquecido, talvez seja preciso esperar alguns meses para que se consiga vender uma propriedade por um bom preço – e evitar ver suas finanças desabarem.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Para Orbe Investimentos, bolsa passa por melhor ponto de entrada desde 2008

Para Orbe Investimentos, bolsa passa por melhor ponto de entrada desde 2008

origem da matéria


São Paulo - A Orbe Investimentos acredita que o momento atual é o melhor ponto de entrada para os investidores na bolsa de valores brasileira desde 2008, uma vez que as empresas tem tido fortes resultados em comparação ao frágil desempenho das ações em bolsa, criando uma distorção entre a economia real e o mercado, que a gestora acredita ser uma origem de boas oportunidades. 
A Orbe lembra que o mercado caminhou de lado por alguns meses – embora o resultado das empresas tenham melhorado, criando esse momento que não “reflete a realidade e não pode se sustentar no médio e longo prazos”. 

Correção 
Com isso, a gestora acredita que uma correção virá: ou as empresas terão contração na capacidade de geração de caixa, ou as ações das mesmas terão valorização. Tendo em vista a atual situação da economia brasileira, a Orbe acredita que a segunda opção é a mais provável. 
A gestora não tenta prever esse momento e sim esse movimento, que, provavelmente, afirma a Orbe, se dará quando houver uma reversão do aperto monetário nacional, com a redução das taxas de juros – aliado a indícios de inflação controlada – o que traria os volumes altíssimos de capital que não são mais vistos na bolsa. 
O momento, ressalta a gestora, pode ser desconfortável para os investidores no curto prazo, mas “extremamente agradável” para o longo prazo, já que permite a compra de ações por preços dos mais baixos vistos em alguns anos. 

Distorção 
Esse cenário, afirma a Orbe, é fruto da distorção entre economia real e mercado – o que a empresa chama de geradora de boas oportunidades, lembrando da variação do mercado desde a crise de 2008, que não acompanhou em momento algum o desempenho real das empresas, ora mais negativo, ora mais positivo. 
Atualmente, lembra a gestora, as empresas possuem resultados agregados 50% superiores ao que apresentavam no final de 2007, enquanto o mercado ainda está oscilando naquele nível. Isso, lembra a Orbe, tem feito a empresa aproveitar o momento para comprar mais ações, posicionando-se para a recuperação.

Texto a seguir retirado do Relatório Sintético Mensal de maio/2011 da Orbe Investimentos:
link do relatório

Por mais que para os cotistas de um fundo a variação de cota negativa possa ser desconfortável no curto prazo, para nós gestores, e como também deveria ser para os cotistas com horizonte de investimento alinhado de longo prazo, é extremamente agradável o cenário. Um momento no qual você pode comcomprar quantidades expressivas das ações das suas empresas preferidas por preços dos mais baixos vistos em alguns anos. Não há melhor cenário para posicionamento de longo prazo.

Com o fim da temporada de divulgação de resultados do 1o. trimestre podemos observar a continuidade de forte melhoria de resultados, com um aumento médio de Ebitda da ordem de 30% e de lucro líquido de 25%, trimestre contra trimestre, em nosso universo, principalmente refletindo a continua força da demanda doméstica.

O gráfico abaixo mostra de forma simples a falta de sincronia usual do mercado. A linha azul representa a média de geração de caixa operacional (Ebit), de 12 meses, das empresas listadas na Bovespa, enquanto a linha vermelha representa o movimento do índice da Bolsa, ambos os dados em uma base inicial 100.
 Fonte: Orbe Investimentos

Em 2008, com a crise instalada, o mercado claramente se antecipa ao que viria acontecer com as empresas e cai com força (exagerando e muito, como usual), mas o resultado da crise nas empresa só se observa na sequência, em 2009.

Depois, o mercado se antecipa à recuperação de resultados das companhias, e se recupera com grande força em 2009. Após essa recuperação inicial do mercado, as empresas seguem melhorando, enquanto o mercado entra na atual fase de estabilidade e quedas, criando novamente a distorção "economia real X mercado", que é quase sempre a origem das boas oportunidades. O resumo do período acima representado é que enquanto o mercado está praticamente no mesmo nível do fim de 2007, os resultados agregados das empresas listadas já são quase 50% superiores. Enfim, por aqui temos aproveitado para comprar mais ações, e nos posicionar de forma ótima para a recuperação.

domingo, 22 de maio de 2011

Warren Buffett está “observando” ações no Brasil

Em sua tradicional apresentação aos acionistas da Berkshire Hathaway, no início de maio, Warren Buffett, o maior investidor do mundo, confirmou em poucas palavras o que diversos participantes do mercado por aqui já haviam notado. Por natureza econômico em seus comentários e capaz de um silêncio profundo quando fala de seus movimentos futuros, Buffett disse que estava “observando” ações no Brasil. Foi o suficiente para disparar uma onda de especulações mundo afora.


Para uma empresa, receber a chancela do oráculo de Omaha equivale a um passaporte para as corporações de classe mundial. Traduzindo, o valor de suas ações subiria como um foguete. “Todo mundo quer ter Buffett como acionista”, diz Gustavo Ballvé, analista da empresa carioca de gestão de recursos Investidor Profissional, que segue os princípios do bilionário desde 1993 e investe na Berkshire desde 2004. “Isso representa a melhor avaliação possível da qualidade de uma corporação.”
Desde o início, a estratégia de alocação de recursos da Berkshire Hathaway privilegiou o mercado americano. “Investimos US$ 6 bilhões em 2010, 80% disso nos Estados Unidos”, escreveu Buffett em seu último relatório. “Em 2011 vamos bater nosso recorde e investir US$ 8 bilhões, e esses bilhões a mais serão aplicados integralmente em companhias americanas.”
 
No entanto, essa estratégia tem limites, impostos pelo próprio tamanho de sua empresa, avaliada em US$ 204 bilhões no fim do ano passado. Mesmo nos EUA, não há tantas companhias grandes e rentáveis para sustentar o ritmo de crescimento almejado, o que o obriga a olhar para fora. “Buffett vem viajando ao Exterior e deve começar a fazer apostas grandes fora dos Estados Unidos, neste ano ou no próximo”, diz Barry James, presidente de uma gestora de recursos americana.
Buffett não é um neófito no Brasil. Em 2008, a Berkshire fez apostas no real brasileiro. Quais, ele não contou – o assunto mereceu meia linha no relatório aos acionistas daquele ano, uma peça que costuma ser lida pelo mercado financeiro como uma versão atualizada da Bíblia. No entanto, até agora ele não anunciou nenhum investimento direto por aqui. “Estou esperando um telefonema do Brasil”, disse aos analistas. “O desempenho do País em si tem sido extraordinário.”
Buffett revelou também que lhe ofereceram um negócio grande por aqui há algum tempo, mas as conversas não prosperaram. “O preço não fazia sentido”, comentou, sem mais detalhes. Que ações Buffett compraria por aqui? Não adianta perguntar, pois essa é uma daquelas informações que nem sua secretária sabe.
 
É preciso ler nas entrelinhas de suas cartas aos acionistas. Em seus últimos relatórios, o bilionário vem estabelecendo informalmente alguns dos parâmetros de escolha das empresas em que gosta de investir. Ele prefere companhias não muito caras, que tenham uma relação preço / lucro (P/L) inferior a 14, a média dos mercados emergentes. Há outros requisitos.
Um deles é um crescimento consistente nos lucros de, no mínimo, 50% nos últimos cinco anos, o que mostraria a capacidade da empresa de prosperar tanto em momentos de mercado aquecido quanto em tempos de crise. Outras exigências são uma rentabilidade patrimonial mínima de 10% e investimentos anuais maiores que 5% do patrimônio líquido.
Seguindo esses critérios, a empresa especializada Economatica levantou uma lista de 20 empresas, com nomes que vão da distribuidora de energia Coelce à seguradora Porto Seguro, passando pela TAM (veja a lista completa no portal da DINHEIRO: www.istoedinheiro.com.br). “É uma lista que deveria frequentar o portfólio de qualquer investidor”, diz Einar Rivero, sócio da Economatica. “São algumas das empresas com o crescimento mais sólido e consistente do mercado.”
Essa lista, porém, não abrange toda a filosofia de investimentos de Buffett, que vai muito além dos números. “Buffett começou sua carreira há mais de 40 anos imitando seu professor, Benjamin Graham”, diz Rui Tabakov Rebouças, que administra fundos nos Estados Unidos e é investidor na Berkshire. Segundo Rebouças, Graham só comprava ações muito baratas, que nunca dariam prejuízo.
Buffett compra ações baratas que podem dar muito lucro. Ele tem evitado setores sujeitos a imprevistos, como os de alta tecnologia e os muito regulamentados pelo governo. Isso tira da lista alguns papéis de empresas elétricas e telefônicas brasileiras, além de eliminar gigantes como Petrobras e Vale do Rio Doce. “São empresas excelentes, mas muito sujeitas à influência do governo”, diz Gustavo Ballvé.
Em fevereiro, correram fortes rumores no mercado de que Buffett teria comprado ações da Brasil Foods, resultante da compra da Sadia pela Perdigão (leia reportagem na página 84). Desde então, até quarta-feira 11, as ações subiram 5,3%, ao passo que o índice Bovespa recuou 2,5%. “A BRF é a típica empresa que poderia pertencer à Berkshire”, diz Elsen Carvalho, da Investidor Profissional.
 
O que a empresa acha disso? “Não confirmo nem desminto a informação”, diz Leopoldo Viriato Saboya, vice-presidente de finanças e relações com investidores. “Se alguém quiser adquirir menos de 5% das nossas ações, não somos obrigados a divulgar isso.” No entanto, o sorriso que acompanha a resposta de Saboya pode ser uma forte indicação de que, sim, os executivos a serviço do bilionário andaram fazendo perguntas por aqui.
Os analistas apostam em três outros papéis: Marcopolo, Odontoprev e Itaúsa, a holding do banco Itaú. A primeira, tradicional fabricante de ônibus, de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, e com um forte braço internacional, devido a sua presença no mercado de transporte coletivo. No relatório de 2010, Buffett comentou animado a aquisição, realizada em 2009, da ferrovia Burlington Northern Santa Fé, uma das maiores dos Estados Unidos.
Para ele, o transporte de cargas e pessoas por trens e ônibus é mais barato e mais sustentável do que o transporte individual. Nesse sentido, a Marcopolo se encaixa nas exigências. “Ela domina o mercado brasileiro, é boa geradora de caixa e pagadora de dividendos”, diz Rebouças. A Odontoprev também reúne amplas condições para ser uma das queridinhas do terceiro homem mais rico do planeta.
É uma forte geradora de caixa, praticamente não tem endividamento e consome pouco capital. “O problema é seu porte, a Odontoprev não faz nem cócegas em um gigante como a Berkshire”, diz Ballvé. Finalmente, a Itaúsa é capaz de fazer diferença nos números de Buffett: grande, lucrativa e solidamente estabelecida tanto no mercado financeiro quanto no setor de construção civil, que deverá apresentar bons retornos nos próximos anos. Por isso, vale a pena acompanhar os preços – e prestar muita atenção na divulgação do próximo relatório da Berkshire, marcado para abril de 2012.
 
Fonte:
Isto É Dinheiro - Nº edição: 710 | Mercado Global | 13.MAI - 12:35 | Atualizado em 16.05 - 22:59

A pescaria de Buffett

O investidor dos investidores confirma interesse em fisgar ações brasileiras. Saiba quais ações poderiam cair na sua rede

Por Cláudio Gradilone

terça-feira, 12 de abril de 2011

Oportunidade de investimento na área de entretenimento - Time For Fun (T4F)

A estreia dos papéis da Time for Fun no Novo Mercado da BM&FBovespa, que serão negociados sob o código SHOW3, está marcada para 13 de abril !

Ação da T4F sai a R$16 e oferta tem giro de R$539,3 mi

A faixa indicativa de preço por papel no prospecto preliminar era de 14,50 a 18,50 reais


Oferta | 11/04/2011 18:34 


REUTERS, da
Divulgação
Rush no Brasil
A banda Rush em evento promovido pela T4F

São Paulo - A ação da Time For Fun (T4F) foi precificada a 16,00 reais na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da companhia, no centro do estimado.

A faixa indicativa de preço por papel no prospecto preliminar era de 14,50 a 18,50 reais.
Entre os sócios da T4F que estão vendendo ações da empresa encontra-se um fundo da Gávea Investimentos --criada pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

De acordo com informações disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira, a oferta primária --cujos recursos reforçarão o caixa da companhia-- envolve 11,7 milhões de novas ações, representando 187,6 milhões de reais.

Já a oferta secundária --de ações que pertencem a atuais acionistas-- inclui quase 22 milhões de ações, representando 351,7 milhões de reais.

Assim, o giro total da operação fica em 539,3 milhões de reais. O IPO poderia ter volume financeiro de até 623,6 milhões de reais, considerando o preço máximo da faixa estimada pelos coordenadores e o exercício integral de lotes suplementar e adicional de ações.

O coordenador-líder da operação é o Credit Suisse. Também participam da oferta BTG Pactual e Bradesco BBI.

A T4F diz ser a empresa líder no mercado de entretenimento ao vivo na América do Sul e a terceira maior do mundo. A companhia é dona das casas de espetáculos Credicard Hall, Citibank Hall e Teatro Abril, em São Paulo; Citibank Hall, no Rio de Janeiro; e Citi Opera, em Buenos Aires.
A companhia teve receita de 569,2 milhões de reais em 2010, aumento de 31 por cento sobre o ano anterior. O lucro foi de 40,3 milhões de reais, ante 6 milhões de reais em 2009.
A precificação da ação da T4F estava prevista inicialmente para 7 de abril, mas foi postergada para o dia 11. A estreia da negociação dos papéis na Bovespa está agendada para quarta-feira, dia 13.
matéria completa

terça-feira, 8 de março de 2011

Negócio no segmento de refeições e lanches - oportunidade para associar-se à rede Viena, Frango Assado, Brunella e RA Catering (pontos de venda em aeroportos e lanches em aviões)

Na abertura de capital , ação da IMC -  INTERNATIONAL MEAL COMPANY HOLDINGS S.A , dona da Viena, Frango Assado e Brunella, sai a R$ 13,50





Valor ficou no piso das estimativas dos coordenadores da operação, que estavam entre R$ 13,50 e R$ 16,50

Os papéis irão estrear no pregão da BM&FBovespa no dia 9 de março, quarta-feira de Cinzas, com o código IMCH3 no Novo Mercado.

Foram vendidas 24,505,554 milhões de ações ordinárias na oferta primária, o que corresponde a uma captação de 330,824 milhões de reais. A colocação secundária de 10,621,387 milhões de papéis levantou mais 143,388 milhões de reais. Com isso, a IMC levantou 474 milhões de reais com a operação.
De acordo com o prospecto da oferta de ações, a intenção da empresa é de utilizar 65% dos recursos obtidos na operação com "realização de investimentos em ativos para abertura de novas lojas e reformas de lojas existentes nos segmentos de aeroportos, rodovias e shopping centers no Brasil e nas operações internacionais" e os 35% restantes com a redução do endividamento de longo prazo da companhia com bancos.

Informações do site da IMC:
Onde Estamos

Somos a principal rede de restaurantes multimarcas, de refeições rápidas, no Brasil, com operações internacionais na América Latina. A maior parte de nossa receita é proveniente de nossas operações no Brasil, onde estamos presentes nos aeroportos, praças de alimentação em rodovias e segmentos de shopping centers. O restante de nossa receita é gerado por nossas operações cujo foco são os aeroportos com elevado crescimento na América Latina. Entre esses países estão Porto Rico, República Dominicana, Panamá e México.

Nossa meta é ser a maior empresa de food service da América Latina. Para tanto, nossos planos de curto prazo incluem o crescimento continuado de nossas atuais operações no Brasil e na América Latina, bem como a expansão para alguns outros seletos aeroportos da América Latina
Informações a seguir retiradas do Prospecto Definitivo de ações da IMC ( INTERNATIONAL MEAL COMPANY HOLDINGS S.A. ) , detentora das marcas  , detentora das marcas Viena , Frango Assado e Brunella :

NOSSAS OPERAÇÕES

Estamos localizados principalmente no Brasil, a maior economia da América Latina. Além disso, temos operações relevantes no México, a segunda maior economia da América Latina, e nos dois maiores mercados no Caribe: Porto Rico e República Dominicana. Adicionalmente, recentemente obtivemos concessões para expandir nossas atividades para o Panamá, onde abriremos algumas lojas no início de 2011, no aeroporto internacional de Tocumen. Desde a nossa constituição, buscamos uma estratégia de expansão rápida, focada no crescimento orgânico e na aquisição de (i) concessões no setor de varejo de alimentação em aeroportos; (ii) lojas no setor de varejo de alimentação em rodovias; e (iii) cadeias de restaurantes multimarcas em shopping centers direcionados a clientes de renda média e alta. Como resultado, estabelecemos ao longo dos últimos três anos uma forte presença nos mercados em que atuamos por meio de marcas amplamente reconhecidas em cada país onde operamos.

Nossos principais segmentos de negócios são:

=> praças de serviço em rodovias: praças de serviço rodoviárias localizadas ao longo das principais rodovias do Estado de São Paulo, ligando a capital a outras importantes cidades do Estado. Em 31 de dezembro de 2010 possuíamos 18 lojas em praças de serviço que ocupavam uma área total de 36.218,9 m².

=> concessões em aeroportos: concessões no setor de varejo de alimentação, serviço de Catering Aéreo e prestação de outros serviços a empresas aéreas nos principais aeroportos do Brasil, México, Porto Rico e República Dominicana. Em 31 de dezembro de 2010 possuíamos 77 lojas e restaurantes em aeroportos que ocupavam uma área total de 14.307,9 m².

=>  shopping centers: cadeias de restaurantes nos segmentos Quick Casual e Casual Dining e cafés em shopping centers com grande volume de visitantes no Brasil. Em 31 de dezembro de 2010 possuíamos 97 lojas e restaurantes em shopping centers que ocupavam uma área total de 18.811,6 m² no Brasil.

=> Outros: lojas e restaurantes em vias públicas no Brasil e no México nos segmentos Quick Casual e Casual Dining no México e, em menor proporção, no Brasil. Em 31 de dezembro de 2010 possuíamos 22 lojas e restaurantes em vias públicas ocupavam uma área total de 14.370,6 m².

Atualmente operamos 23 restaurantes “Viena Delicatessen”, 37 restaurantes “Viena Express”, dois restaurantes “Grano” e seis '”V Café”. Além disso, operamos 29 quiosques de café, com a marca “Viena Café”, “Viena Snacks” e “Brunella”, que estão normalmente localizados próximos ou dentro de um restaurante “Viena Delicatessen”. Quase todos os restaurantes da Rede Viena estão localizados em shopping centers. A Rede Viena empregou mais de 2.450 pessoas e serviu em média aproximadamente um milhão de clientes por mês, durante o exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2010, de acordo com os sistemas de registro de nossas lojas. Está presente em shopping centers, entre outras cidades, em São Paulo, Rio de Janeiro, com o mais alto fluxo de clientes de renda média e alta, tais como Shopping Iguatemi, Shopping Morumbi e Barra Shopping , e tem recentemente se expandido para outras cidades no Brasil com alta renda per capita, como Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Campinas e Florianópolis.
Temos como objetivo a abertura de nove pontos adicionais para a expansão de nossos restaurantes da Rede Viena até o final de 2011 e 15 outros restaurantes em 2012, não somente em São Paulo e Rio de Janeiro, mas em outras grandes cidades no Brasil.

A Rede Frango Assado oferece praças de múltiplos serviços aos passageiros que viajam em rodovias, atendendo mais de oito milhões e meio de pessoas por ano em 2010, de acordo com os nossos controles internos. Cada uma das 18 praças de serviços da Rede Frango Assado se constitui num complexo com restaurantes de Quick Casual, um posto de combustíveis, uma loja de conveniência, uma padaria, uma banca de jornais e uma área de jogos. As praças de serviços estão localizadas nas mais importantes rodovias do Estado de São Paulo. A clientela da Rede Frango Assado é constituída principalmente de pessoas e famílias que viajam e/ou se deslocam para o trabalho diariamente por estas rodovias. O tamanho das lojas da Rede Frango Assado varia entre 800 e 5.960 metros quadrados, com um tamanho médio de 2.012 metros quadrados.

A RA Catering foi fundada em 1958 com um restaurante no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o segundo maior aeroporto do Brasil em termos de passageiros. Desde então, o negócio expandiu suas divisões de varejo de alimentação e Catering Aéreo para outros grandes aeroportos (Guarulhos em São Paulo, Confins e Pampulha em Belo Horizonte, Salgado Filho em Porto Alegre, Galeão no Rio de Janeiro e Juscelino Kubitschek em Brasília) e para outros formatos (lanchonetes).

A RA Catering fornece três tipos principais de serviços:

=> concessão de varejo de alimentação em aeroportos, que podem ser divididos em dois formatos principais: restaurantes e lanchonetes. A RA Catering opera 38 lojas sob o regime de concessão, tendo presença em seis aeroportos do Brasil (Guarulhos, Congonhas, Confins, Pampulha, Galeão e Juscelino Kubitschek), e duas salas VIP, sendo uma sala no aeroporto de Guarulhos e outra no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Estas lojas incluem restaurantes que servem à la carte, em buffet, e “por quilo”, bem como outros conceitos tais como lanchonetes que oferecem doces, salgados (como coxinhas e pão de queijo), sanduíches, comida japonesa, chocolates, balas, bebidas alcoólicas e não alcoólicas e cigarros. Elas operam sob as marcas “Black Coffee”, “SP Burger”, “Viena”, “Gendai”, “Brunella” e “Frontier Beer”. Com base nesta ampla diversidade de conceitos de alimentos, a RA Catering oferece uma gama completa de refeições (café da manhã, lanche matutino, almoço, lanche vespertino e jantar), que nos permite atender a todos os tipos de consumidores. Além disso, nossa estratégia de integração de outras marcas (“Viena” e “Frango Assado”) está alavancando ainda mais nossa oferta de opções. Esse alcance nos coloca em uma posição competitiva sólida para expandir para novos aeroportos e locais de viagens com alto fluxo de pessoas.

=> serviços de manipulação e Catering Aéreo, que operam nos quatro aeroportos a seguir: Congonhas, Pampulha, Confins e Salgado Filho. Os serviços de fornecimento de refeições consistem na preparação e disponibilização de alimentos quentes e frios a serem servidos em aeronaves. Temos cozinhas na maioria dos aeroportos onde operamos, que fornecem 26.500 refeições para uma média de 520 voos por dia. Atendemos as maiores empresas de aviação no Brasil, como TAM, Gol e outras internacionais. Este negócio é um nicho específico do setor de serviços de alimentação e acreditamos estar bem posicionados para atender as principais empresas de aviação que operam no Brasil, devido à nossa capacidade de respeitar rigorosas normas de controle de qualidade que se aplicam à prestação de serviço de Catering Aéreo e manipulação de alimentos. No negócio de serviço de fornecimento de refeições, também operamos um restaurante no aeroporto de Guarulhos que fornece refeições aos trabalhadores do aeroporto onde, em 31 de dezembro de 2010, trabalhavam aproximadamente 28.000 pessoas.

=> lojas e restaurantes fora de aeroportos, que consistem principalmente de dez lojas de doces e bolos com a marca Brunella, sendo seis franquias Brunella. A RA Catering opera quatro lojas Brunella localizadas fora de aeroportos, e uma em uma instalação do Frango Assado. Pretendemos abrir lojas Brunella adicionais em instalações do Frango Assado, que representarão uma expansão significativa desta marca.