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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fundos Imobiliários - isenção de tributo e valorização imobiliária pode ter garantido um bom desempenho em 2010

Isto É Dinheiro
Nº edição: 692

Tributação
07.JAN - 21:00
Atualizado em 07.01 - 21:45
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/46075_DOMANDO+O+LEAO

Domando o leão

Como aproveitar o cenário de juros baixos no longo prazo para esticar as aplicações e reduzir as mordidas do Fisco Por Lilian Sobral

Em 2011 e nos próximos anos, a atuação mais esperada no picadeiro não ficará mais a cargo dos trapezistas, malabaristas ou mágicos. O artista mais aplaudido será o domador de leões – um deles em particular: o do Fisco.
“Em uma conjuntura de juros baixos e prazos longos, a tributação vai influir cada vez mais no resultado dos investimentos”, diz José Góes, consultor da corretora WinTrade. A tendência de curto prazo é de elevação dos juros pelo Banco Central, que deve ser vista como uma nuvem passageira para controlar a inflação.

Risco: a Receita perdoa quem negociar até R$ 20 mil por mês com ações
Mas os incentivos para quem tem paciência financeira já começam neste ano. Uma medida provisória recém-editada pelo governo, a MP 517, isentou de impostos alguns investimentos de longo prazo, em especial os títulos de renda fixa com vencimentos superiores a seis anos. A regulamentação da medida ainda não saiu, mas ela deverá fazer diferença para quem pode esperar todo esse tempo.
Os investidores menos pacientes já contam com duas maneiras de aliviar o efeito das presas insaciáveis e afiadíssimas do Leão. Uma delas, válida para todas as aplicações, é evitar prazos mais curtos do que 180 dias, pois sobre eles incide a alíquota de 22,5% de Imposto de Renda sobre a rentabilidade nominal. Acima de 720 dias, esse percentual cai para 15%.

Outra alternativa é buscar os ainda escassos investimentos isentos de impostos. Os mais conhecidos e populares são os vinculados ao mercado imobilário. A isenção de tributo foi um dos fatores que turbinaram esses fundos nos últimos anos e garantiram um bom desempenho em 2010, diz Sérgio Belleza Filho, sócio da consultoria Fundo Imobiliário.
Segundo ele, a boa rentabilidade em comparação com outras aplicações de renda fixa foi um chamariz fortíssimo para o investidor. “A rentabilidade média dos fundos que acompanho girou em torno de 26,7% em 2010”, diz ele (veja tabela).

Aos interessados, vale um alerta. Embora a rentabilidade mensal seja segura e com poucas oscilações, este é um investimento de renda variável, pois sua rentabilidade vai depender do resultado dos aluguéis de imóveis, em sua maioria comerciais.

Três fatores podem causar oscilações, diz Belleza: reajustes de aluguel, para cima ou para baixo; reformas que podem demandar capital e que são de responsabilidade do fundo; e inadimplência dos inquilinos.
“Com a economia aquecida, o risco do não pagamento de aluguéis é muito baixo, mas ainda assim ele existe”, diz. Em geral, os fundos administram imóveis ocupados por grandes empresas. Também há a opção de escolher fundos que investem em shopping centers e hotéis, considerados mais arriscados.
É possível começar a domar o Leão com aplicações a partir de R$ 2 mil. No entanto, é preciso avaliar se os custos tornarão o investimento viável. Para cobrir gastos como taxa de administração, a recomendação é que sejam investidos pelo menos R$ 4 mil, diz Bruno Carvalho, especialista em fundos imobiliários da XP Investimentos.
Também é possível limar os dentes do Leão ao operar na bolsa. O economista Salomão Santos, da iCash Investimentos, lembra que o imposto é de 15%, independentemente do prazo, desde que o investidor não compre e não venda as ações no mesmo dia, em uma transação conhecida como day-trade.
Além disso, o Leão perdoa os investidores que vendem ações por valores inferiores a R$ 20 mil no mesmo mês. Outra sugestão é investir por meio de clubes de investimento, onde é possível ter rentabilidades no longo prazo sem pagar impostos na troca e venda de ações. “O investidor só paga quando retirar-se do clube”, diz Santos.



 
2010, o ano dos fundos imobiliários


Autor(es): Alessandra Bellotto
De São Paulo
Valor Econômico - 03/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/3/2010-o-ano-dos-fundos-imobiliarios
O ano de 2010 chegou ao fim como o melhor da história para o segmento de fundos imobiliários, aponta levantamento com base em dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No período, as ofertas registradas e com dispensa de registro atingiram cerca de R$ 9,8 bilhões. O volume representa expansão de 185% em relação aos R$ 3,44 bilhões de 2009, que já tinha sido um período excepcional para o setor. Para 2011, a expectativa segue positiva, com R$ 2,8 bilhões em ofertas no forno e uma economia ainda aquecida.
"No ano passado, o grande destaque do setor foi o volume de ofertas", afirma Sérgio Belleza Filho, sócio da consultoria Fundo Imobiliário. E isso só foi possível graças à estreia de participantes de peso no mercado. Entre eles, destaque para grandes bancos do varejo como Bradesco, Banco do Brasile Itaú, instituições de nicho como Votorantim, BTG Pactuale Fator, os estrangeiros Citibanke Morgan Stanley, além de assets independentes.
O grande protagonista desse boom de ofertas foi sem dúvida o BTG Pactual, que chegou com R$ 5 bilhões em fundos para todos os gostos, das tradicionais carteiras de renda às de desenvolvimento imobiliário, passando por recebíveis. A grande maioria dos fundos já recebeu o aval da CVM e está em fase de captação. Contudo, o sucesso das operações - dado o grande volume a ser captado - só será conhecido ao longo do primeiro semestre deste ano.
Em 2010, o setor já experimentou alguns tropeços. O primeiro deles envolveu a oferta do TRX Realty Logística Renda I, liderada pelo Morgan Stanley. A expectativa inicial era levantar R$ 200 milhões, mas a oferta acabou atraindo pouco mais de R$ 89 milhões. A carteira, com foco na exploração de armazéns logísticos, tem rentabilidade-alvo de 9,5% ao ano sobre o valor da cota, corrigido anualmente pela inflação.
Já a oferta do fundo Bracor Renda I, liderada pelo BTG Pactual, acabou sendo cancelada. A operação, para sair do papel, tinha de ser colocada integralmente, ou seja, era preciso captar R$ 262 milhões. No mercado, a especulação era de que, na coleta de intenções, esse volume não foi atingido, levando ao cancelamento. Os recursos seriam destinados à aquisição de sete sociedades de propósito específico (SPEs), proprietárias de imóveis alugados para companhias como Atento, IBM, TNL Contax, entre outras.
Apesar do portfólio de qualidade, o investidor não teria ficado satisfeito com a rentabilidade-alvo da carteira, de 8,90% sobre o preço das cotas, corrigido anualmente pelo IGP-M. Além disso, o regulamento do fundo previa o pagamento de valor adicional ao vendedor das SPEs ao fundo, no caso a Bracor, na hipótese de alienação de qualquer imóvel com lucro, conforme contrato de compra e venda.
Com a forte valorização dos preços de imóveis, fica a pergunta se os empreendimentos que estão sendo comprados pelos fundos não estariam caros. E se isso não seria a resposta para a rentabilidade pouco atraente aos olhos do investidor de algumas ofertas. Quanto mais alto o valor do imóvel e, consequentemente, da cota, menor o percentual de rendimento a ser distribuído a título de receita de aluguel. Na visão de Belleza, da Fundo Imobiliário, é desejável que o aluguel seja equivalente a pelo menos 0,75% do valor do imóvel.
Os especialistas acreditam que o apetite para fundos imobiliários segue firme, contudo o investidor estaria mais seletivo. "Depois de um boom, o mercado naturalmente tende a ser mais seletivo", afirma o diretor da Brazilian Capital, Rossano Nonino. Um caso recente que mostra que a demanda continua forte foi a oferta secundária do fundo Brazilian Capital Real Estate Fund I , diga-se de passagem, a maior do ano com a participação do varejo. A operação atraiu 1.342 investidores pessoas físicas, que levaram 47,32% dos R$ 367 milhões vendidos em leilão realizado na bolsa no dia 16 de dezembro.
Segundo um executivo do setor que pediu para não ser citado em função do período de silêncio para participantes de ofertas públicas, o investidor deve ficar atento à experiência das instituições envolvidas na oferta, do administrador ao gestor imobiliário, à estrutura da operação e à política de investimentos. "A aplicação em fundo imobiliário é interessante, mas nem tudo é bom", diz. Na visão dele, o principal risco hoje está nos fundos de incorporação, que investem em projetos em desenvolvimento. Nesse segmento, estar cercado de bons profissionais é ainda mais importante, a fim de mitigar o risco de execução. "Mas esse é um risco do negócio imobiliário", acrescenta.
Já a valorização dos imóveis, na visão desse executivo, não é um risco excessivo. "Salvo em situações pontuais, não acredito que os ativos estejam superavaliados", diz. Segundo ele, a principal razão para acreditar que não há bolha é o baixo endividamento no mercado imobiliário. Belleza também não vê risco de bolha, a não ser que haja um desaquecimento forte da economia.
Em 2010, o setor de fundos imobiliários finalmente colheu os frutos de uma série de transformações realizadas nos últimos dois anos. O principal avanço foi a revisão das regras publicada no fim de 2008, a primeira desde a origem do setor, em 1994. Só que a legislação precisava de um novo ajuste - que veio no ano passado -, para estender a isenção de imposto de renda válida para pessoas físicas que investem em fundos imobiliários e títulos como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI) a carteiras que compram cotas de outros fundos ou papéis que têm vantagens fiscais.
"A nova instrução deixou o segmento mais adaptado à realidade de mercado", diz o executivo que pediu para não ser identificado. Ele cita, por exemplo, o fato de a legislação ter liberado o fundo imobiliário para captar recursos primeiro e só depois fazer o investimento, num sinal de amadurecimento da aplicação. Com essa flexibilização, abriu-se a possibilidade de criar estruturas para investir em mais de um empreendimento, com foco em segmentos específicos, em títulos de renda fixa de base imobiliária ou até para ganhar com a incorporação dos imóveis.
Do lado do investidor, a taxa de juros, apesar do movimento de alta ao longo do ano, manteve-se em níveis historicamente baixos para os padrões brasileiros, alimentando a busca pelo fundo imobiliário como uma alternativa mais rentável. Levantamento da consultoria Fundo Imobiliário com 25 carteiras listadas na bolsa mostra rentabilidade média do setor de 19,26% em 2010 até novembro. O cálculo, que utiliza o método da taxa interna de retorno (TIR), leva em conta a variação do valor da cota e a distribuição mensal da receita com aluguel. O único fundo com prejuízo foi o ABC Plaza Shopping (-7,37%), mas vale destacar que esse fundo foi o campeão de rentabilidade em 2009, com ganho superior a 70%.
Até mesmo a liquidez melhorou ao longo do ano. Segundo o estudo, a média de negociação de cotas de fundos imobiliários passou de 40 negócios por mês no início do ano para próximo de 100 em novembro.

Confira o desempenho em 2010 das ações das empresas e dos setores no ano em que a mira precisa foi fundamental (Jereissati Participações S.A. - MLFT4 - ficou em 12º lugar em valorização em 12 meses encerrados em 30/11/2010 com +93,7%)

Isto É Dinheiro
Nº edição: 692

Companhias abertas
07.JAN - 21:00
Atualizado em 07.01 - 21:43
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/46068_ACERTANDO+NA+MOSCA

Acertando na mosca

Confira o desempenho das empresas e dos setores no ano em que a mira precisa foi fundamental

Por Juliana Schincariol

Quem investiu em ações em 2010 precisou contar com a mira certeira e a mão firme de um atirador de facas. As incertezas sobre a recuperação da economia americana e a crise na Europa afetaram bastante o comportamento da bolsa brasileira.

Assim, quem vinculou suas aplicações ao Índice Bovespa sentiu calafrios: nos 12 meses findos em 30 de novembro, o índice subiu apenas 0,99%, sequer compensando a inflação de 5,6% do período.

Mas quem mirou nos papéis do mercado interno tem motivos de sobra para receber os aplausos do respeitável público. As empresas voltadas ao mercado consumidor brilharam em 2010.

A ação mais rentável do período foi Hering ON, cujas ações valorizaram-se 252,6%. Lojas Marisa ON e Le Lis Blanc ON também brilharam.

“O setor de consumo se destacou em um período em que os juros estão mais baixos para os patamares históricos brasileiros e em que houve expansão do crédito”, diz Fausto Gouveia, economista da Legan Asset Management. Na lista das vencedoras, a única blue chip que aparece é a Vivo ON, que encerrou o período com ganhos de 136,3%.
 
 
 
 
 

Conheça as indicações das corretoras para ganhar mais dinheiro em 2011 - a minha indicação continua Jereissati Participações S.A. (MLFT4)

Embora com uma valorização expressiva em 2010 (+65% entre 30/12/2009, cotada a R$ 1,03 por ação MLFT4, e 30/12/2010, cotada a R$ 1,70 por ação MLFT4) , minha indicação para 2011 continua a das ações preferenciais da Jereissati Participações S.A. (MLFT4), pelos fundamentos citados nos posts anteriores sobre o papel (preço alvo de R$ 3,61 por ação MLFT4 mencionado no post de agosto de 2010 clique aqui para ver o post) e pelo novo CEO (Fernando Portella) que assumirá em fevereiro/2011 (conforme relatado no post de dezembro de 2010 clique aqui para ver o post!
















Isto É Dinheiro
INVESTIDORES Nº edição: 692
Bolsa de valores
07.JAN - 21:00
Atualizado em 07.01 - 21:38
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Bola de Cristal

Conheça as indicações das corretoras para ganhar mais dinheiro em 2011
Por Flávia Lima

Alguns analistas já pressentiam que 2010 seria um ano difícil para a bolsa. Após uma alta de pouco mais de 1% no ano, pode-se dizer que a profecia foi cumprida. Depois de um período tão sem graça, podemos esperar um ano de ouro para a bolsa em 2011?

A bola de cristal das corretoras diz que não é bem assim. Grandes eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada devem continuar a animar o setor de construção civil e o crédito farto vai beneficiar alguns papéis do setor de consumo. Lá fora, a expectativa de uma recuperação menos lenta para a economia americana é uma boa profecia para os segmentos de mineração e petróleo.

Variedade: os analistas recomendaram 25 ações de dez setores diferentes

No entanto, novas imagens aparecem na bola de cristal das corretoras para 2011. A diferença com relação aos anos anteriores é a timidez com que as vedetes de sempre – as ações com maior peso no Ibovespa, Vale do Rio Doce e Petrobras – foram citadas.

Em outros anos, dez entre dez carteiras continham, quando não um, os dois papéis.

Desta vez, a DINHEIRO consultou sete corretoras e o papel da Vale do Rio Doce foi lembrado por quatro delas, ao passo que a ação da Petrobras recebeu apenas duas citações, dividindo a preferência com outro papel do setor de petróleo, o da OGX, também com duas citações.

Itaú Unibanco, Cosan, Tractebel e CCR foram os outros papéis que receberam mais de uma citação. Ao lado de outros ativos, como BRF Foods, Ambev, Pão de Açúcar, Alpargatas, Lojas Renner, Braskem, Gafisa, Copel, Marcopolo, Randon Participações, São Martinho, Ferbasa, Vale Fertilizantes, Light, Telemar, Gerdau, LLX e Cesp.

“As indicações estão espalhadas por setores, o que indica uma diversificação das expectativas de mercado”, diz o gerente-executivo da BB DTVM, Marcelo Pacheco. Para ele, a maior diversificação prova que o chamado “stock picking” – a escolha cuidadosa dos papéis – poderá fazer toda a diferença em termos de rentabilidade no fim de 2011.

Em meio à variedade de papéis, as ações da Vale do Rio Doce – que são as de maior representatividade no Ibovespa desde setembro, quando superaram os papéis da Petrobras – ainda são as queridinhas das corretoras, ao lado da estatal do petróleo.

Os últimos resultados da mineradora, cujas margens de lucro mostraram trajetória ascendente, animam os analistas da Socopa, SLW, Souza Barros e UM Investimentos. Para 2011, as apostas no bom desempenho para o papel se baseiam em três fatores: demanda aquecida, oferta limitada e preços em alta do minério de ferro.

“A China deve passar por um processo de desaquecimento gradual, mas ainda deve crescer a taxas de 8% a 9% ao ano, o que demandará muitas commodities”, diz o analista de renda variável da Socopa, Marcelo Varejão, que tem a Vale na sua carteira recomendada, lado a lado com a Petrobras.

Para Varejão, o processo demorado de capitalização da Petrobras fez de 2010 um ano perdido para a petrolífera. Justamente por isso, ele acredita em uma recuperação da ação, que na sua visão é segura e deve chamar a atenção especialmente do investidor estrangeiro. Além da Socopa, a Souza Barros é outra corretora a recomendar o investimento.

Dividindo a atenção com a Petrobras, as ações da empresa de petróleo do empresário Eike Batista, a OGX, despontam como boa opção para Planner e Socopa. Para a Planner, a comprovação da presença de hidrocarbonetos na maioria dos poços operados pela empresa, a monetização de cerca de 20% das suas reservas e o início da produção em 2011 são fatores que podem beneficiar as ações.

Outro papel destacado por Coinvalores e UM Investimentos foi o do Itaú Unibanco, beneficiado por sinergias obtidas com a fusão e ainda não capturadas, além de um cenário econômico favorável. “O aperto monetário deve vir e o setor costuma apresentar um bom desempenho neste tipo de situação”, diz Paulo Hegg, operador da UM Investimentos.

Também presente na carteira da UM está a Cosan. Embora resultados passados não sejam garantia de desempenho futuro, a ação ganha destaque em razão dos bons balanços divulgados ao longo de 2010 e de decisões acertadas, como a parceria em combustível com a Shell.

Na visão dos analistas, as ações da maior empresa sucroalcooleira do Brasil ainda encontram espaço para alta em razão dos ganhos com a sinergia, além de uma melhora significativa na governança corporativa da empresa.

Na Coinvalores, a preocupação foi montar uma carteira mais defensiva, com empresas consolidadas e não muito voláteis, como a companhia de energia Tractebel, lembrada por ser forte geradora de caixa e excelente distribuidora de dividendos.

Sandra Peres, analista da Coinvalores, lembra que a fatia dos lucros da empresa distribuída aos acionistas sob forma de dividendos ou juros sobre o capital próprio é de 95% do lucro líquido.

Com características similares, o papel da CCR é lembrado pela forte geração de caixa e previsibilidade de faturamento, além do crescimento do tráfego esperado para as rodovias.

Na corretora SLW, a preocupação foi montar uma carteira com maior participação de ações ligadas ao consumo local e de commodities. “Mas somente companhias que sofram menos com o cenário econômico externo”, diz o analista da SLW, Pedro Galdi. Assim, Lojas Renner, Light e Telemar aparecem ao lado de Gerdau e Vale.

Na carteira recomendada pela Humaitá Investimentos se destacam papéis ligados ao agronegócio, como Ferbasa, favorecida pelo aumento da demanda por ferro cromo na China e na Índia. E Vale Fertilizantes (antiga Fosfértil), favorecida por ser a única produtora de matéria-prima para fertilizantes.

As recomendações de alta são diversificadas, mas os analistas têm mais certeza ao identificar as ações que vão cair. Todas as bolas de cristal mostram apenas uma imagem: a de uma grande briga entre credenciadoras de cartões de crédito.

O fim da exclusividade da Cielo e da Redecard no processamento das transações é o primeiro motivo de preocupação apontado pelas corretoras, já que vem causando maiores gastos com publicidade e redução nas margens das empresas.

A entrada de novos concorrentes no mercado, sendo os mais fortes deles o Santander e o Citibank, é outro ponto a trazer névoa às previsões feitas para o setor. “Os papéis foram precificados com margens enormes e, com a quebra do duopólio, essas margens serão pressionadas”, diz o sócio da Humaitá Investimentos, Frederico Mesnik.

Fundos de ações - Os astros do picadeiro em 2010

INVESTIDORES Nº edição: 692
Fundos de ações
07.JAN - 21:00
Atualizado em 07.01 - 21:39
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Os astros do picadeiro

A bolsa premiou quem ficou nos bastidores em 2010, mas agora promete boas surpresas para quem subir no palco

Por Juliana Schincariol e Cláudio Gradilone

O espetáculo não pode – e não vai – parar. Por mais que o mercado acionário tenha tido um desempenho decepcionante em 2010, os especialistas se preparam para que a bolsa fique sob os holofotes da rentabilidade em 2011.

O rufar dos tambores da crise na Europa e a indefinição sobre a recuperação econômica nos Estados Unidos ainda provocam um frio na espinha dos investidores, mas a perspectiva é de que, no fim deste ano, os números sejam mais generosos que o quase zero a zero do ano passado.

1,04% foi a alta do Ibovespa em 2010, marcada pelas realizações de lucros de quem aplicou em 2009

“O desempenho foi ruim em 2010 porque a bolsa havia subido demais em 2009”, resume Gilberto Poso, superintendente executivo de gestão do patrimônio do HSBC. Segundo ele, o mercado havia antecipado com um ano de antecedência o bom desempenho da economia no último ano do governo Lula. Como em 2010 não houve novas justificativas para altas ainda maiores, a bolsa apresentou um retorno fraco.

Depois de anos com alguns dos melhores ganhos do mundo, o Índice Bovespa, termômetro das ações mais negociadas no País, encerrou 2010 com uma alta pouco superior a 1%, um resultado pífio quando comparado aos mercados americanos. No ano passado, o índice Dow Jones subiu 10,9% e o S&P 500, mais abrangente, fechou com alta de 12,8%. “O governo dos Estados Unidos emitiu muita moeda em 2010, o que atraiu mais investimentos para o mercado acionário”, diz Dalton Gardiman, economista da Bradesco Corretora.

Por aqui, o quadro foi outro: em 2009, a média do mercado acionário subiu 75% em termos reais e abriu espaço para a realização de lucros no ano passado. Investidores que compraram ações e viram seus preços subir aproveitam para vendê-las e colocar os ganhos no bolso.

As ações que têm maior peso no principal índice da bolsa poderiam receber merecidas vaias do respeitável público. A Petrobras é a principal delas. Em setembro, a estatal levantou cerca de R$ 120 bilhões no maior processo de capitalização do mundo até então.

As incertezas do processo deixaram os investidores desconfiados e justificaram uma queda de mais de 22% dos papéis no ano passado (nos 12 meses findos em novembro, a queda superou 34%).

As ações da Petrobras representam 11,4% do Ibovespa e exercem bastante influência sobre o índice. “O ano foi marcado por muita volatilidade, não houve um momento de serenidade na bolsa”, diz Marcos Daré, diretor de investimentos do Bradesco.

O Fundo Bradesco Private Consumo foi o mais rentável entre os fundos de ações setoriais, mesmo não tendo apresentado a melhor relação entre risco e retorno. Daré está otimista para 2011, pois espera um renovado interesse dos investidores estrangeiros, de olho no crescimento da economia.

Esse cenário dificultou a vida de muitos gestores. “Desde o início, o ano de 2010 foi bastante complicado para encontrar bons papéis na bolsa”, diz Flavio Sznajder, sócio da gestora de recursos independente Bogari Capital.

O fundo Bogari Value Fia, administrado pela empresa, ficou em primeiro lugar entre os fundos de ações da categoria Ibovespa Ativo analisados nesta edição. A chave do sucesso na gestão do fundo foi, exatamente, ficar fora do mercado.

“Mantivemos cerca de 20% dos recursos em caixa no início do ano”, afirma ele. “Isso fez com que o fundo oscilasse menos do que o Índice Bovespa e permitiu que tivéssemos recursos para aproveitar boas oportunidades.”

Sznajder investiu em ações de empresas voltadas ao consumo interno, como a empresa de saúde em grupo Tempo Assist e a incorporadora Helbor, que são companhias de menor porte e menos afetadas pelos solavancos dos pregões. Sua abordagem é a de investir pensando em retornos no longo prazo. “A meta do fundo é sempre superar o Índice Bovespa, mas em um horizonte de três anos”, diz ele.

Para os especialistas, as cenas do ano passado se repetirão no picadeiro em 2011, que será marcado por um maior giro das carteiras e por rentabilidades menores no mercado. As estrelas de 2010 não vão sair de cartaz. “O mercado interno prevalecerá mais uma vez, o consumo e o crédito permanecerão crescendo bem, apesar das perspectivas de aumento dos juros”, diz Ricardo Martins, chefe de análise da Planner Corretora.

Em longo prazo, o cenário brasileiro permanece próspero e muito positivo. Bancos e commodities também estão entre os setores citados pela maioria dos analistas consultados por DINHEIRO.

A média das expectativas é de um Ibovespa cravando 87 mil pontos no fim de 2011. “Ainda enxergamos oportunidades em consumo, papel e celulose”, afirma Ralph Rosenberg, sócio da Perfin Investimentos.