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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Inflação sobe e desafia o investidor no fim do ano - Maioria das aplicações tem juro real negativo

ECONOMIA - Inflação sobe e desafia o investidor no fim do ano / Toni Sciarretta


Maioria das aplicações tem juro real negativo.

A inflação voltou e ameaça deixar no vermelho, pelo segundo mês seguido, todas as aplicações financeiras.

Em novembro, nenhum investimento atrelado a juros bateu o IGP-M de 1,45%; poucas aplicações conseguirão empatar com o IPCA, esperado entre 0,80% e 0,85%.

Diante da escalada de preços, os investidores praticamente ficaram sem alternativa de baixo risco para proteger o dinheiro, como ocorria nos tempos de inflação até meados dos anos 90.

A exceção são os fundos de investimentos atrelados a índices de preços e a aplicação direta em NTN (Notas do Tesouro Nacional) série B, título da dívida pública corrigido pelo IPCA.

As NTN-B são os únicos papéis disponibilizados hoje pelo Tesouro que garantem a correção pela inflação e mais um juro prefixado. Os papéis com vencimento em 15 de maio de 2045 renderam 19,98% neste ano.

O problema é que os preços desses papéis dispararam nas últimas semanas, reduzindo a chance de o investidor entrar tardiamente e conseguir se proteger da inflação neste momento.

Em novembro, por exemplo, os títulos corrigidos pelo IPCA com vencimento em 2045 renderam 1,13% -menos do que os 1,45% do IGP-M de novembro, mas acima de 0,80% e 0,85% previsto para variação do IPCA.

INFLAÇÃO GLOBAL

O quadro é grave e só deve mudar após o Banco Central subir os juros -que pode ocorrer só em janeiro.

"Até lá, não tem muito o que fazer. Tem de esperar os juros subirem e a inflação cair", disse Fabio Colombo, administrador independente de investimentos.

"Para dinheiro pequeno, não tem o que fazer neste momento. O título do Tesouro corrigido pelo IPCA está caro e pode subir mais ainda", disse Mauro Halfeld, consultor de investimentos.

O pior investimento atrelado a juros agora são os fundos de renda fixa e os papéis da dívida prefixada, que devem acelerar as perdas assim que os juros subirem.

A poupança também perde, apesar de ser isenta e de não ter taxa administrativa.

Halfeld lembra que a inflação é um fenômeno global, impulsionado pela desvalorização do dólar americano e pela procura pelos investidores por refúgio em ativos reais, como commodities, ações, imóveis e moedas alternativas (como o real).
"É uma inflação global como a gente viveu nos anos 70. Os mais antigos sabem bem como conviver com a inflação; os mais novos, não. Não pode deixar dinheiro parado na conta. Tem de pedir desconto e utilizar a melhor data do cartão de crédito nas compras."
Fonte: Folha de S. Paulo (6/12/2010)

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