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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fundos de ações - Os astros do picadeiro em 2010

INVESTIDORES Nº edição: 692
Fundos de ações
07.JAN - 21:00
Atualizado em 07.01 - 21:39
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Os astros do picadeiro

A bolsa premiou quem ficou nos bastidores em 2010, mas agora promete boas surpresas para quem subir no palco

Por Juliana Schincariol e Cláudio Gradilone

O espetáculo não pode – e não vai – parar. Por mais que o mercado acionário tenha tido um desempenho decepcionante em 2010, os especialistas se preparam para que a bolsa fique sob os holofotes da rentabilidade em 2011.

O rufar dos tambores da crise na Europa e a indefinição sobre a recuperação econômica nos Estados Unidos ainda provocam um frio na espinha dos investidores, mas a perspectiva é de que, no fim deste ano, os números sejam mais generosos que o quase zero a zero do ano passado.

1,04% foi a alta do Ibovespa em 2010, marcada pelas realizações de lucros de quem aplicou em 2009

“O desempenho foi ruim em 2010 porque a bolsa havia subido demais em 2009”, resume Gilberto Poso, superintendente executivo de gestão do patrimônio do HSBC. Segundo ele, o mercado havia antecipado com um ano de antecedência o bom desempenho da economia no último ano do governo Lula. Como em 2010 não houve novas justificativas para altas ainda maiores, a bolsa apresentou um retorno fraco.

Depois de anos com alguns dos melhores ganhos do mundo, o Índice Bovespa, termômetro das ações mais negociadas no País, encerrou 2010 com uma alta pouco superior a 1%, um resultado pífio quando comparado aos mercados americanos. No ano passado, o índice Dow Jones subiu 10,9% e o S&P 500, mais abrangente, fechou com alta de 12,8%. “O governo dos Estados Unidos emitiu muita moeda em 2010, o que atraiu mais investimentos para o mercado acionário”, diz Dalton Gardiman, economista da Bradesco Corretora.

Por aqui, o quadro foi outro: em 2009, a média do mercado acionário subiu 75% em termos reais e abriu espaço para a realização de lucros no ano passado. Investidores que compraram ações e viram seus preços subir aproveitam para vendê-las e colocar os ganhos no bolso.

As ações que têm maior peso no principal índice da bolsa poderiam receber merecidas vaias do respeitável público. A Petrobras é a principal delas. Em setembro, a estatal levantou cerca de R$ 120 bilhões no maior processo de capitalização do mundo até então.

As incertezas do processo deixaram os investidores desconfiados e justificaram uma queda de mais de 22% dos papéis no ano passado (nos 12 meses findos em novembro, a queda superou 34%).

As ações da Petrobras representam 11,4% do Ibovespa e exercem bastante influência sobre o índice. “O ano foi marcado por muita volatilidade, não houve um momento de serenidade na bolsa”, diz Marcos Daré, diretor de investimentos do Bradesco.

O Fundo Bradesco Private Consumo foi o mais rentável entre os fundos de ações setoriais, mesmo não tendo apresentado a melhor relação entre risco e retorno. Daré está otimista para 2011, pois espera um renovado interesse dos investidores estrangeiros, de olho no crescimento da economia.

Esse cenário dificultou a vida de muitos gestores. “Desde o início, o ano de 2010 foi bastante complicado para encontrar bons papéis na bolsa”, diz Flavio Sznajder, sócio da gestora de recursos independente Bogari Capital.

O fundo Bogari Value Fia, administrado pela empresa, ficou em primeiro lugar entre os fundos de ações da categoria Ibovespa Ativo analisados nesta edição. A chave do sucesso na gestão do fundo foi, exatamente, ficar fora do mercado.

“Mantivemos cerca de 20% dos recursos em caixa no início do ano”, afirma ele. “Isso fez com que o fundo oscilasse menos do que o Índice Bovespa e permitiu que tivéssemos recursos para aproveitar boas oportunidades.”

Sznajder investiu em ações de empresas voltadas ao consumo interno, como a empresa de saúde em grupo Tempo Assist e a incorporadora Helbor, que são companhias de menor porte e menos afetadas pelos solavancos dos pregões. Sua abordagem é a de investir pensando em retornos no longo prazo. “A meta do fundo é sempre superar o Índice Bovespa, mas em um horizonte de três anos”, diz ele.

Para os especialistas, as cenas do ano passado se repetirão no picadeiro em 2011, que será marcado por um maior giro das carteiras e por rentabilidades menores no mercado. As estrelas de 2010 não vão sair de cartaz. “O mercado interno prevalecerá mais uma vez, o consumo e o crédito permanecerão crescendo bem, apesar das perspectivas de aumento dos juros”, diz Ricardo Martins, chefe de análise da Planner Corretora.

Em longo prazo, o cenário brasileiro permanece próspero e muito positivo. Bancos e commodities também estão entre os setores citados pela maioria dos analistas consultados por DINHEIRO.

A média das expectativas é de um Ibovespa cravando 87 mil pontos no fim de 2011. “Ainda enxergamos oportunidades em consumo, papel e celulose”, afirma Ralph Rosenberg, sócio da Perfin Investimentos.




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