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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Pirâmides provocam perdas de vários bilhões a incautos - Denúncias podem ser feitas pelo site http://www.cvm.gov.br, na seção "Fale com a CVM"

Pirâmides provocam perdas de vários bilhões a incautos

Valor Econômico - 23/02/2011

A lista de investidores vítimas de esquemas que prometiam rentabilidades altas nos últimos anos é grande. Boi Gordo, Gallus, Avestruz Master, clubes de investimentos e forex são exemplos de estruturas que acabaram se revelando golpes no estilo pirâmide, nos quais o dinheiro dos novos investidores paga os antigos. Somados, esses esquemas provocaram um prejuízo total em torno de R$ 4 bilhões - R$ 2,5 bilhões só da Boi Gordo, R$ 1 bilhão da Avestruz Master e R$ 200 milhões da Gallus. Só os casos mais recentes - Agente BR, Firv, Dinero e outros menores - já superam R$ 200 milhões.
As pirâmides também são chamadas de esquema Ponzi, em referência ao ítalo-americano Charles Ponzi, que deu um grande golpe com selos nos Estados Unidos nos anos 1920. O maior escândalo recente envolvendo pirâmides foi orquestrado pelo americano Bernard Madoff, ex-presidente da bolsa americana Nasdaq e que, em 2008, deu prejuízo de US$ 50 bilhões a investidores do mundo todo.
O caso veio à tona 9 de dezembro depois que um investidor tentou sacar US$ 7 milhões. Dois dias depois, Madoff foi detido pelo FBI e acusado de fraude. Em junho de 2009, seis meses depois do caso vir à tona, Madoff foi sentenciado a 150 anos de prisão.
Normalmente, os esquemas guardam algumas semelhanças: a oferta é feita via internet ou no boca a boca. Esse clima de que a aplicação está aberta somente para alguns poucos escolhidos acaba fazendo com que as perdas ocorram em grupos familiares, de amigos ou de colegas de trabalho, já que um vai indicando para o outro.
No Brasil, alguns esquemas também ficaram famosos nos últimos tempos. Um deles foi realizado pela Agente BR, que era uma corretora de câmbio. Após a morte do controlador da instituição, seu filho, Túlio Vinícius Vertullo, antes mesmo de transferir a empresa para o seu nome, passou a oferecer clubes de investimento sem registro. A aplicação garantia retorno de 5% ao mês, no mínimo. Havia reuniões em churrascarias para comemorar os ganhos e atrair novos investidores para o esquema.
Em julho de 2008, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou um alerta ao mercado sobre a irregularidade da oferta feita pela Agente BR, mas a empresa continuou captando recursos até janeiro de 2009, quando o Banco Central interveio e decretou a liquidação da instituição. Os interventores do BC, no entanto, não encontraram nenhum registro dos clubes, nem das aplicações, que se descobriu depois foram transferidas para um site. Mesmo assim, calcula-se que 3 mil aplicadores tiveram um prejuízo de cerca de R$ 100 milhões.
A falência da Agente BR foi decretada, mas os credores têm poucas chances de recuperar suas aplicações pois nem a corretora, nem os sócios possuem bens que cubram a dívida. Vertullo e a corretora foram multados pela CVM em R$ 1,5 milhão cada.
Outra história recente ocorreu em Belo Horizonte, que resultou na prisão de Thales Emmanuelle Maioline, em dezembro do ano passado. Conhecido como o Madoff mineiro, ele passou 140 dias foragido depois de ser acusado de sumir com R$ 86,1 milhões de 2 mil investidores de 14 cidades.
Maioline teria criado um portfólio chamado Ficap (Fundo de Investimento Capitalizado), que na verdade não existia. O fundo era oferecido pela Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros, que funcionava em um bairro nobre da capital mineira. No site da empresa, o Ficap era apresentado como o "clube dos vencedores", prometendo uma renda fixa garantida a partir de operações de arbitragem. Assim como no Agente BR, não havia, no entanto, qualquer informação sobre onde o dinheiro era investido.
A aplicação também prometia rentabilidade elevada, de 6% ao mês e, ao fim de seis meses, uma bonificação de 30%. Em julho de 2010, a CVM divulgou um alerta sobre a oferta irregular da Firv. A pirâmide, no entanto, só caiu no fim de julho, quando um investidor tentou sacar R$ 3 milhões.

Quem tiver conhecimento ou suspeita de alguma oferta irregular de investimento pode alertar a CVM por meio de uma central telefônica, no número 0800 722 5354, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h. Pode, ainda, fazer a denúncia por carta ou pelo site http://www.cvm.gov.br/, na seção "Fale com a CVM".

Já quem foi vítima ou acredita que uma empresa merece ser investigada pode também fazer uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) de seu Estado. Para quem está em São Paulo, o procedimento é acessar o site http://www.prsp.mpf.gov.br/. Em seguida, a pessoa deve clicar em "Envie sua denúncia ao MPF do Digi-Denúncia". Permite-se o anonimato, mas os casos nos quais a pessoa se identifica acabam tendo mais credibilidade. A partir daí, abre-se uma investigação, que pode dar origem a um inquérito policial ou a um Procedimento de Investigação Criminal (PIC).

3 comentários:

  1. Valor Econômico Eu & Investimentos Investidores que aplicaram na Dinero Consultoria e ficaram a ver navios procuram agora formas de recuperar as economias ou pelo menos obter justiça.
    Canto da sereia
    Luciana Monteiro | De São Paulo
    23/02/2011
    Após cinco anos trabalhando numa empresa de telefonia, Laudejor Coutinho foi demitido e colocou os R$ 182,5 mil que recebeu num investimento que parecia para lá de interessante. Ele teria o capital protegido, receberia mensalmente a variação do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI, referencial para as aplicações mais conservadoras) e, de quebra, teria uma bonificação conforme o desempenho das aplicações. Tudo isso e mais liquidez diária. O objetivo dele era multiplicar o dinheiro para pagar o tratamento de saúde do filho. Mas o que parecia ser uma oportunidade de ouro mostrou-se um canto de sereia.

    A exemplo de outros casos, como Boi Gordo, Avestruz Master, Agente BR e Firv, que prometiam ganhos astronômicos e quebraram, Coutinho e pelo menos outras 550 pessoas ficaram sem ver a cor do dinheiro, num rombo estimado em R$ 23,8 milhões. Muitos aplicaram todas as suas economias, outros fizeram dívidas para investir e agora vários estariam passando por dificuldades financeiras. Eles aplicaram na Dinero Consultoria, que oferecia contratos de mútuo para aplicação em projetos. A empresa parou de pagar os resgates em setembro do ano passado e, desde novembro, o sócio majoritário da empresa, Wagner de Aguiar Moraes, simplesmente desapareceu.

    Vejam matéria completa em:
    http://marcosassi.com.br/canto-da-sereia

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  2. SEC processa gestor que aplicou milhões em pirâmide
    Beth Hawkins e Andrew Harris | De Minnesota e de Chicago, Bloomberg

    29/03/2011
    http://www.valoronline.com.br/impresso/investimentos/119/404411/sec-processa-gestor-que-aplicou-milhoes-em-piramide?utm_term=economia&utm_content=economia&utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter&utm_campaign=economia

    Um fundo hedge de Connecticut, nos Estados Unidos, e seu administrador foram processados pela Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado de capitais americano) por comissões recebidas indevidamente e por prejuízos causados com a aplicação de centenas de milhões de dólares de investidores da carteira em um esquema de fraude operado por Thomas Petters.

    A petição da SEC foi encaminhada na sexta-feira contra Marlon Quan e sua instituição Acorn Capital Group, situada em Greenwich, em Connecticut. O texto do órgão regulador também cita como ré a Stewardship Investment Advisors, outra empresa que é controlada por Quan.

    Quan "canalizou centenas de milhões de dólares para Thomas Petters e seu notório esquema Ponzi (pirâmide financeira) entre 2001 e 2008, tirando mais de US$ 459 milhões de cerca de 165 pessoas e enviando a maior parte desses recursos para entidades de Petters", segundo a petição encaminhada a uma corte federal de Minneapolis.

    Petters está cumprindo uma sentença de 50 anos de prisão depois de ter sido declarado culpado, em dezembro de 2009, de comandar uma fraude no valor de US$ 3,5 bilhões. Ele foi condenado por enganar centenas de investidores. Esses aplicadores imaginaram que estavam financiando transações de curto prazo envolvendo produtos eletrônicos de consumo que, segundo Petters, seriam destinados a grandes grupos varejistas.

    Quan teria ocultado as evidências da fraude de Petters, envolvendo-se em transações de compra e venda num curto período de tempo de um ativo ou de derivativos ("round trip"). Essas transações, elaboradas para ocultar o esquema, teriam somado US$ 187 milhões, segundo diz a petição da SEC.

    Procurada, a Acorn Capital Management não respondeu às ligações telefônicas da "Bloomberg" e Quan não foi encontrado para comentar o assunto. Robert Gottlieb, um advogado de Manhattan que representou Quan e a própria Acorn em um outro processo de 2008, disse na sexta-feira que eles não são mais seus clientes.

    Durante a fraude, Quan teria embolsado US$ 90 milhões em comissões, segundo Peter Chan, um diretor-assistente da SEC para a região de Chicago. A agência está tentando recuperar pelo menos essa soma, junto com uma ordem de congelamento dos ativos de Quan, incluindo um pagamento de US$ 14 milhões que ele deveria receber do liquidante de Petters no sábado, segundo Chan e a petição. (Tradução Mário Zamarian)

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  3. Polícia investiga mais um golpe da pirâmide financeira em Minas
    Publicação: 01/04/2011 06:18
    http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2011/04/01/internas_economia,218978/policia-investiga-mais-um-golpe-da-piramide-financeira-em-minas.shtml

    A Polícia Civil investiga mais um golpe financeiro no estado. O alvo desta vez é Altino de Medeiros Dantas, controlador do Club Plus Investimentos. De acordo com a polícia, o investidor agiria da mesma forma que Thales Maioline, que ficou conhecido como Madoff mineiro e causou prejuízo estimado em R$ 100 milhões a 2 mil investidores. “Ele tem o mesmo modus operandi do Thales”, afirma o chefe do Departamento de Investigação de Crimes contra o Patrimônio, Islande Batista. O esquema usado por Maioline seria o de pirâmide financeira, onde quem ingressa paga a remuneração de investidores antigos e são estimulados a atrair novos participantes com promessa de ganhos maiores.

    A polícia iniciou a investigação do Club Plus paralelamente à decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de proibir Dantas de exercer qualquer atividade no mercado mobiliário. O alerta aos investidores, via comunicado ao mercado, foi feito pela autarquia quarta-feira. Dantas também é alvo de 27 processos no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A grande maioria se refere à execução de título extrajudicial (compensação de cheques). Nas ações, a soma total do “valor da causa” passa de R$ 1, 71 milhão. O advogado Sérgio Luiz Coelho, que atua em 11 processos, afirma que a maioria de seus clientes é de Itabirito, na Região Central, e que seria o berço da atuação de Dantas, mas ainda há casos em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e até em Vitória, no Espírito Santo.

    De acordo com o relato de uma das vítimas, que calcula prejuízo de R$ 120 mil, Altino tinha cargo de coordenadoria na Mineradora Serra do Oeste (MSOL), em Itabirito, onde atraía investidores. “Ele tinha mais de 15 anos de casa e influência de diretoria. Era uma pessoa que todos conheciam e confiavam”, conta. Segundo a vítima, ao receber a aplicação, Altino repassava um cheque com 30% a mais do valor para ser compensado em seis meses. “Além disso, tinha um bônus mensal com rendimento entre 5% e 8%”, afirma.

    Matéria comleta em:
    http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2011/04/01/internas_economia,218978/policia-investiga-mais-um-golpe-da-piramide-financeira-em-minas.shtml

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