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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Investimentos que não pagam IR : LCIs - LCAs - FIIs - Debêntures - Poupança

Aumenta interesse por investimentos que não pagam IR

Com queda dos juros, aplicações com lastro em operações imobiliárias ou rurais ganham apelo por causa da isenção

30 de setembro de 2012 | 20h 43
SÃO PAULO - A queda na rentabilidade dos investimentos de renda fixa fez crescer o apelo de produtos nos quais não há cobrança de Imposto de Renda. O benefício tributário, mesmo que mínimo, faz diferença na rentabilidade da carteira de renda fixa no longo prazo e o investidor já percebeu isso.

Para se ter uma ideia do aumento da demanda dos investidores e também da oferta no varejo por parte dos bancos, o número de clientes que têm até R$ 5 mil em Letras de Crédito Imobiliário (LCI), por exemplo, passou de 62 em 2011 para 863 neste ano.

"Sem dúvida, com a queda da Selic, as pessoas que estavam acostumadas a rendimentos altos na renda fixa ficaram mais preocupadas. Aumentou a procura pelo serviço de consultoria, na busca por melhor rendimento e até para entender como o lado fiscal pode ajudar nisso", disse o estrategista de gestão patrimonial da Rio Bravo Investimentos, Beto Domenici.

As LCIs e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) são títulos que representam a dívida do banco com o investidor. São produtos muito parecidos com os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), o que também tem contribuído para o interesse maior dos investidores, já que são aplicações mais conhecidas. A diferença é que, nas LCIs e LCAs, o banco utiliza o dinheiro captado para créditos direcionados, no setor imobiliário e rural, respectivamente.

"Até para proteger o poder de compra, os investidores terão de incluir na cesta de renda fixa essas produtos com isenção", afirmou Domenici.

Mas a principal vantagem das LCIs e LCAs sobre os CDBs é a isenção de impostos. O diretor de negócios imobiliários do Santander, José Roberto Machado, disse que o banco paga entre 85% e 92% do CDI nesse tipo de aplicação. "Para uma taxa de 90% do CDI, seria preciso conseguir mais que 100% no CDB para os investimentos serem equivalentes, considerando um IR de 20%", calcula.

O diretor de private bank do Banco do Brasil, Rogério Lot, faz um cálculo cuja diferença é ainda maior. Para o IR de 22,5% no CDB, seria preciso conseguir uma taxa de 104% do CDI para ser equivalente ao rendimento de 80% do CDI em uma LCA. "A isenção constitui um grande atrativo. Felizmente para a movimentação do mercado financeiro e de crédito do País, as pessoas vão ter de diversificar a carteira e incluir produtos alternativos", comentou Lot.

Oferta maior

A movimentação do mercado de títulos de renda fixa se explica não somente pela demanda maior do investidor, mas também pela maior oferta por parte dos bancos. O Santander oferecia LCIs somente no private bank até o ano passado. O BB, que há tempos atua com LCAs, recentemente ampliou a carteira de crédito imobiliário e começará a oferecer LCIs até o fim do ano. A Caixa Econômica Federal, que atua em LCIs, em outubro lançará LCAs.

"Apesar de o juro estar caindo, a rentabilidade vai continuar interessante comparativamente a outros produtos de renda fixa. Acreditamos que o crédito imobiliário vai continuar crescendo e os dois produtos têm capacidade de expansão muito grande", afirma o vice-presidente de finanças da Caixa, Márcio Percival.

Risco

Especialistas dizem que o risco de ambos os títulos de renda fixa recai sobre a instituição financeira que está emitindo as letras. Ou seja, no vencimento, o investidor precisa confiar que o banco terá caixa para devolver o dinheiro que havia captado.

A liquidez também interfere no risco e no retorno. Algumas instituições oferecem LCIs com liquidez diária, mas pagam um porcentual menor do CDI. Em geral, as instituições trabalham com faixas de resgate de 60 dias a dois anos.

Apesar de não serem investimentos em renda fixa, os fundos imobiliários também têm atraído investidores que buscam aplicações com isenção fiscal. Foram lançados 20 fundos em 12 meses e o volume, que era de R$ 89,28 milhões em agosto de 2011, passou para R$ 193,65 milhões em agosto desse ano.
O Índice de Fundos Imobiliários, lançado em setembro, hoje conta com 44 fundos. Entre 30 de dezembro de 2010 e 31 de agosto, acumulava alta de 50,6%. As cotas podem ser compradas por meio de uma corretora.

"O fundo imobiliário clássico compra imóveis para alugar, mas há diversos tipos. A partir de agora, virão para o mercado coisas boas, médias e ruins. O produto é interessante. O importante será fazer a seleção de tudo isso", disse Domenici.

Veja poster relacionado a Fundos Imobilários

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Debênture com isenção de IR chega ao pequeno investidor

Autor(es): Fernando Torres
Valor Econômico - 01/10/2012
Fonte
 

A maioria dos brasileiros nunca foi além da caderneta de poupança em seu portfólio de investimentos. Analisar uma aplicação em crédito privado empresarial, portanto, certamente será uma novidade para grande parte dos investidores de varejo.

Diante da queda da taxa Selic e do incentivo dado pelo governo federal - que estabeleceu isenção de Imposto de Renda (IR) para debêntures cujos recursos sejam aplicados em projetos de infraestrutura -, é provável, contudo, que esse tipo de investimento se torne popular num curto espaço de tempo. Pelo menos, é o que o governo aparenta desejar.

A concessionária de rodovias Autoban, subsidiária da CCR que opera as rodovias paulistas Anhanguera e Bandeirantes, vai estrear neste mês o mercado de "debêntures incentivadas" para pequenos investidores. A Autoban fará uma emissão para captar o total de R$ 950 milhões, sendo que apenas a segunda série, que soma R$ 100 milhões, se enquadra no perfil que garante o benefício fiscal para investidores estrangeiros e brasileiros pessoa física. E do total de R$ 100 milhões da segunda série, R$ 60 milhões serão destinados para investidores de varejo, com o prazo para reserva terminando no dia 9.

Cada debênture terá valor unitário de R$ 1 mil, mas o investimento mínimo para as pessoas físicas será de R$ 3 mil. O pedido máximo de reserva na oferta de varejo será de R$ 300 mil.

Para quem está acostumado com o Tesouro Direto, sistema de compra de títulos públicos pela internet, as debêntures vão se parecer bastante com as NTN-Bs, que são corrigidas pelo IPCA e pagam uma taxa de juros prefixada, em parcelas semestrais. No caso dos papéis da Autoban, o prazo de vencimento é de cinco anos, com a amortização do principal ocorrendo em 15 de outubro de 2017.

As debêntures da concessionária devem pagar um pequeno prêmio, de até 0,25% ao ano, sobre o rendimento da NTN-B com vencimento em agosto de 2016, papel público de prazo mais próximo.

Há, porém, algumas diferenças entre os títulos públicos e as debêntures a que o investidor deve prestar atenção. A primeira, que vale para as debêntures da Autoban e para os demais papéis incentivados que vierem a ser emitidos, é que elas terão isenção de IR sobre o rendimento. Como o incentivo só vale para papéis de longo prazo, isso representa uma economia de 15% sobre o retorno total.

Considerando uma inflação anual de 5% e juro real de 3,5% ao ano (taxa aproximada dos títulos públicos de cinco anos), é possível estimar um rendimento nominal bruto de 8,7% ao ano. Com a incidência do IR de 15%, a rentabilidade líquida cai para 7,4%. Como as debêntures incentivadas estão isentas de IR, não há essa redução de ganho observada nos títulos públicos.

Uma segunda distinção tem relação com a liquidez, que é a facilita de vender os títulos. O mercado secundário de debêntures no Brasil ainda é pouco desenvolvido, o que pode dificultar a venda antes do vencimento. No Tesouro Direto, a liquidez ocorre por meio de leilões semanais, às quartas-feiras, quando o governo se compromete a recomprar os títulos.

Resta, então, a terceira diferença entre as debêntures incentivadas e os papéis públicos. E ela tem a ver com o risco de crédito. Ao comprar títulos públicos, o investidor corre o risco de crédito do Tesouro Nacional. Ele só não receberá a taxa de juros acordada e o principal se o governo brasileiro quebrar.

No caso dos papéis privados, a história é outra. "Qual o risco? De a empresa eventualmente ter um problema e não conseguir pagar", resume Andrew Storfer, diretor de economia e ex-presidente da Anefac, a associação nacional dos executivos de finanças.

Para ele, é muito difícil para um investidor comum analisar esse tipo de risco, por isso os emissores costumam contratar agências de rating. "Tem casos históricos de empresas que pareciam solidas e acabaram não sendo", afirma.

No caso da Autoban, a agência de classificação de risco Standard & Poor"s atribuiu nota AAA em escala nacional para os papéis, a mais alta que pode ser concedida. Ou seja, o risco de que a empresa não honre o compromisso seria mínimo. E este parece ser o momento ideal para o investidor começar a se acostumar com o mundo das agências de rating e da análise do risco de crédito. Isso porque existe a expectativa de que em breve comecem a "pipocar" diversas emissões semelhantes, de segmentos como energia e de outros ramos de logística.

Em troca do incentivo fiscal, o governo espera que cresçam os investimentos em infraestrutura. "É uma medida sábia do governo criar mecanismos de captação como esse", diz Luiz Filipe Rossi, professor de economia e finanças do Ibmec-RJ. "O governo ganha, porque deixa de pôr dinheiro. E o investidor ganha porque tem o incentivo, a rentabilidade é razoável e o risco é relativamente menor em comparação com ações. Então, é algo que deve se proliferar bastante", diz Storfer, da Anefac.


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Nova poupança bate maioria dos fundos

Com Selic a 7,5% ao ano, apenas os fundos com taxa de administração igual ou inferior a 0,5% superam o rendimento da poupança no curto prazo 

29 de agosto de 2012 | 20h 23
Bianca Pinto Lima e Luiz Guilherme Gerbelli, de O Estado de S. Paulo
 
 
SÃO PAULO - O nono corte seguido na taxa básica de juros acirrou ainda mais a disputa de rentabilidade entre a caderneta de poupança e os fundos de renda fixa. Com a Selic em 7,5% ao ano, apenas os fundos com taxa de administração igual ou inferior a 0,5% superam o rendimento da poupança no curto prazo. Já os fundos com tempo de aplicação mais longo, entre seis meses e dois anos, ainda são vantajosos com taxas de até 1%. E apenas os fundos com resgate acima de dois anos valem a pena com custo de administração de 1,5%.

As diferenças entre os produtos são porcentualmente pequenas e exigem atenção do poupador. A partir de agora, a nova poupança terá rendimento anual de 5,25% e mensal de 0,427%. Já um fundo com prazo de aplicação de até 180 dias e taxa de 0,5% renderá 0,44% por mês. No entanto, se o custo de administração subir para 1%, o rendimento já cai para 0,42% - inferior, portanto, à caderneta, segundo simulação realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Numa simulação em que a Selic permaneça no patamar de 7,5% por um ano, um investimento de R$ 1 mil na nova poupança resultaria em R$ 1.052,50 no fim do período.

"Para não perder clientes, os bancos terão de reduzir mais a taxa de administração e o valor mínimo para aplicação. Quando a Selic estava acima de 12,5%, eles cobravam 3% ou 4% de taxa de administração. Agora, com o juro mais baixo, não tem sentido", afirma o vice-presidente da Anefac, Miguel de Oliveira.
No caso dos fundos, o tempo de aplicação influencia diretamente na rentabilidade, uma vez que a tributação é definida de acordo com o prazo. As alíquotas de Imposto de Renda variam entre 22,5% e 15%, sendo que a última vale para investimentos a partir de dois anos.

"Para comparar os fundos com a caderneta, o poupador deve ter atenção especial ao Imposto de Renda", alerta o professor José Dutra Vieira Sobrinho, da Fipecafi.

Na avaliação do professor, a rentabilidade divulgada pelas instituições financeiras muitas vezes não considera o impacto do tributo, o que faz com que o investidor não tenha números precisos para a tomada de decisão.

A vantagem da poupança sobre outras modalidades de investimento é que ela não possui custos administrativos e também não tem a incidência de Imposto de Renda.

Poupança velha

A caderneta antiga, por outro lado, vem se tornando um investimento cada vez mais atraente neste cenário de juros em queda. Isso porque, quem realizou depósitos até 3 de maio deste ano, ainda terá um rendimento de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). Dessa forma, o rendimento anual continua garantido em 6,17%. Ou seja, quem tem R$ 1 mil aplicado terá ao final de 12 meses R$ 1.061,70.

"A poupança antiga bate todos os cenários. Na melhor das hipóteses, considerando taxa de 0,5% e resgate acima de dois anos, o fundo ainda terá rendimento de 0,49%", destaca Miguel da Oliveira.

Quem investir na poupança agora, contudo, estará sujeito à nova regra. Isto é, um rendimento de 70% da Selic mais a TR, quando o juro básico for igual ou menor que 8,5% ao ano. Caso o juro supere o patamar de 8,5%, a caderneta volta a render 0,5% ao mês mais a TR. 

Um comentário:

  1. Debênture isenta de IR enfim chega ao investidor
    Autor(es): Por Vinícius Pinheiro
    Valor Econômico - 03/10/2012
    http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/10/3/debenture-isenta-de-ir-enfim-chega-ao-investidor

    Depois de quase dois anos, os benefícios fiscais concedidos pelo governo para estimular as captações de recursos para projetos de infraestrutura enfim chegaram ao investidor final. A primeira operação efetivamente colocada no mercado foi fechada na semana passada, para o projeto da Montes Claros, concessionária de transmissão de energia elétrica controlada pelo grupo espanhol ACS, que obteve R$ 25 milhões com a emissão de debêntures incentivadas.

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    Antes da Montes Claros, a hidrelétrica Garibaldi (SC), da Triunfo, foi a primeira a levantar recursos com a emissão de debêntures incentivadas. Os papéis, no entanto, foram encarteirados pelo Santander, banco responsável pela operação, que pretende vendê-los a investidores estrangeiros após a fase de construção da usina, prevista para o ano que vem. Outras empresas, como o frigorífico Minerva, também se valeram do benefício fiscal, mas utilizaram uma brecha legal para trazer recursos obtidos via captação externa.

    A emissão da Montes Claros também é inovadora no formato. As debêntures terão prazo de vencimento de 17 anos, bem acima da média do mercado, que se situa ao redor de cinco anos, com carência de oito para o início do pagamento dos juros e amortização. "Foi uma operação difícil de explicar, mas que depois teve uma aceitação muito grande", afirma Mauro Rached, estrategista-chefe de investimentos para América Latina do BNP.

    O principal atrativo para o investidor é a taxa de juros dos papéis, que renderão 8,75% ao ano, mais a variação da inflação medida pelo IPCA. "Em um cenário de queda dos juros, dificilmente o investidor encontraria oportunidades tão atrativas se precisasse reaplicar os recursos durante o período de carência", diz Rached.

    O período de carência também foi positivo para a Montes Claros, que conseguiu equilibrar o pagamento dos juros das debêntures com o fluxo de caixa do projeto, que também conta com financiamento de R$ 123 milhões do BNDES, de acordo com Thiago Sendelbach, gerente executivo da área de financiamento de projetos do BNP.

    O banco estatal aceitou compartilhar as garantias em condição de igualdade com os detentores das debêntures, um procedimento que deve se tornar padrão no mercado. "Estar ao lado do BNDES trouxe um conforto adicional para os investidores e foi um dos pontos-chave para viabilizar a operação", afirma Sendelbach.

    O BNP já avalia a possibilidade de outros projetos se valerem de uma estrutura semelhante. A operação da Montes Claros foi realizada com esforços restritos de colocação, na qual é permitida a participação de até 20 investidores. Embora veja demanda entre os clientes da área de gestão de fortunas para mais operações do tipo, o banco espera agora realizar esforços mais amplos de venda no mercado, segundo Rodrigo Fittipaldi, responsável pela área de mercado de capitais.

    A ideia, no momento, não é levar as debêntures para estrangeiros, que também possuem o benefício fiscal, segundo o executivo. "Apesar do incentivo tributário, a maior parte dos investidores de fora que aplicam em reais ainda prefere a liquidez, por isso se mantém nos títulos públicos", diz Fittipaldi.

    Com o sucesso das primeiras operações, a expectativa é que as emissões de debêntures incentivadas finalmente comecem a engrenar. Na próxima semana está prevista a definição das condições da oferta da concessionária de rodovias Autoban, da CCR. A empresa pretende captar R$ 950 milhões no mercado, que inclui uma série de R$ 100 milhões com incentivo fiscal, na primeira operação que terá amplos esforços de venda, inclusive para investidores de varejo.

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